Feliz Natal - Capítulo II
-Hum... já tentaram digitais? - Perguntou Fernandes.
-Só acharam as digitais incompletas do homem. Nada
mais. - Disse Inácio.
-Isso está ficando difícil demais! Ei, Inácio, mandou
verificar se o homem recebeu algo ultimamente? Algo grande, um metro por um
metro talvez. Um computador, um aparelho de som, algo assim?
-Mandarei verificar agora!
A casa estava totalmente fechada. Janelas com as cortinas
fechadas para acabar com a diversão de vizinhos bisbilhoteiros. Com uma
lanterna, Fernandes examinava uma marca de poeira no
chão na sala de estar. No centro, limpo. Idêntico quando movem um objeto de um local que ficou
durante muito tempo, e então uma marca de poeira descreve uma forma. Neste
caso, era quadrada, e o que fez esta marca estava bem perto.
-Hum... uma caixa de papelão. Se encaixa! Está fechada. Por que deixariam uma caixa fechada no meio da sala?
Eles não queriam abrir a caixa. Mas por que?
-Fernandes? Conferi com os peritos, e eles não têm nenhuma
informação sobre nada. Talvez devamos ir aos Correios verificar.
-Sim, iremos. Vamos descansar hoje, pois amanhã teremos um
longo dia. Um longo dia.
No dia seguinte...
O policial Fernandes e seu parceiro Inácio se encontravam numa loja dos Correios. Naquela manhã, havia poucos
atendentes. Talvez dois no depósito. Os policiais procuravam qualquer recibo ou
documento que comprovasse que uma caixa de papelão havia sido entregue na Alameda
12. Podia ser qualquer coisa, mas precisavam averiguar.
-Bom dia, o que desejam?
-Sou o policial Fernandes, este é meu parceiro Inácio e
estamos investigando um assassinato. Por acaso você tem algum recibo de uma
entrega na Alameda 12? O número é 97.
-Só um momento, vou verificar.
Após alguns segundos de pesquisa no computador da central, o
rapaz de 22 anos trás a tona a resposta. Talvez não a esperada, mas uma
resposta.
-Bom, senhor, aqui só temos alguns recibos de cartas. É o
que procuram?
-Não. Há algo como uma caixa de papelão, um metro de largura
e comprimento? Pode ter sido entregue até um mês atrás.
-Aqui não consta nada, mas se o senhor quiser posso
encaminhar um pedido para a central e rastrear qualquer coisa que...
-Faça o possível. Se achar algo, ligue neste número. – Disse
Inácio, entregando um cartão ao atendente.
-Obrigado pela ajuda rapaz.
Novamente na cena do crime, Fernandes e Inácio estavam
determinados a descobrir a quem pertencia aquela caixa. Ou melhor, quem a teria
enviado.
-Inácio, você procurou alguma etiqueta?
-Só dei uma olhada, resolvi não mexer muito para não
estragar alguma pista. Vejamos... ah, olhe aqui. Tem uma etiqueta...
“De: Para: Antônio e Cleide Santana. 30/11/2012”.
-Não tem nome de quem mandou. Cara, isso é muito estranho! - Comentou o policial Fernandes.
“De: Para: Antônio e Cleide Santana. 30/11/2012”.
-Não tem nome de quem mandou. Cara, isso é muito estranho! - Comentou o policial Fernandes.
-Pois é.
-Bom, vamos abrir a caixa então.
-Hum... já parou para pensar?
-No que precisamente?
-Essa caixa pode não ter nada a ver com o crime. Vai ver
eles não quiseram abrir, ou não tiveram tempo para isso. Podemos estar dando
sopa aqui enquanto o assassino está a solta! - Disse Inácio.
-Pensa bem, porra! São velhos, não fazem nada e isso aqui tá
parado faz tempo. Tu achas que um casal de idosos sem nada pra fazer não iriam
ficar curiosos para saber o que tem aqui? E se alguém mandou algo de valor por
engano, os velhos não quiseram devolver e um cara matou o homem?
-Pera lá, isso tá muito confuso! Para saber o que tem aí,
eles teriam que ter aberto a caixa, e ela está lacrada! Não tem nada dos
Correios, nem indicação de onde veio. Eles só não abririam se...
-Se soubessem o que é! Talvez eles soubessem o que tem nessa
caixa e não quiseram abrir. Mas o que pode ter de mais nisso?
-Fernandes, tive uma ideia. Vamos chamar dona Cleide aqui e
fazer um interrogatório. Coisa rápida. Nós perguntamos, ela fala o que sabe e
fechamos o caso.