Feliz Natal - Capítulo III
Naquela tarde...
-Dona Cleide, sentimos muito por seu marido, mas precisamos
fazer algumas perguntas. - Disse Fernandes.
-Está bem. Me desculpem pelo choro, ainda estou chocada.
-Certo, eu e Inácio faremos poucas perguntas, mas preciso
que você responda com sinceridade. Vocês receberam alguma encomenda no último
mês?
-Esse foi o real motivo?
A expressão da velha mulher mudou. Seu pé simplesmente parou. De tristeza passou a
orgulho e indiferença, com um pouco de medo. Havia algo que ela estava escondendo.
-Três dias antes de recebermos a caixa, alguém ligou para
casa. Não reconheci a voz que falava, mas ele disse algo como Feliz Natal, ou algo parecido. Disse que seria entregue um presente muito especial, e que nós
íamos adorar. Bom, três dias depois recebemos a caixa. Não abrimos, com medo de
ser alguma bomba, sei lá! Hoje em dia tem louco pra tudo.
-Entendido... você tem alguma ideia do que tem nessa caixa?
– Disse Fernandes.
-Nenhuma. Nem a abri! Mas o que tem a ver com...
-Ainda não sabemos. Pretendo descobrir logo, e creio que
abrindo a caixa muita coisa vai se resolver. Temos sua permissão? - Disse Inácio.
-Claro, qualquer coisa para resolver tudo isso...
-Muito bem. Inácio, abra a caixa.
O policial pegou o caixote e um estilete. Com pouca precisão,
abriu a caixa e então todos tiveram uma surpresa.
-Não faz nenhum sentido! É uma guirlanda de natal!
-Calma Fernandes, deve ter algo a ver com tudo. Pode ter
digitais aqui, algo assim.
-Talvez mas... Inácio, você requisitou apoio? Chamou alguém?
-Chamei, pedi alguns especialistas aqui e...
-Você não acha que está quieto demais?
Então, um estrondo é ouvido. A parede dos fundos do pequeno
sobrado é derrubada e uma estranha figura aparece.