O Lago das Lágrimas - Capítulo 4
-Certo, é o seguinte. Nós vamos ao Palácio Verde, vou
apresentar você para o pessoal e vou resolver as coisas. Então, nós passaremos
a tarde inteira tomando sorvete e comprando seus chapéus.
-Te amo, Pedro. Vamos ficar juntos para o resto da vida.
-Senhor Pedro Diniz, muito prazer. Sou Roberto Sanchez,
arquiteto do Resort. Estes são Júlio Mazano e Felipe Luccas, engenheiros.
Recebemos o comunicado de Jonatas, houve algum problema?
-Ah, muito prazer. Esta é minha mulher, Lívia. Bom, vamos
aos negócios. Eu fiz uma pesquisa rápida sobre o terreno onde será construído o
resort, e descobri que há uma mina abandonada lá, a mina Sallobris. E o mais
interessante, senhores, é que a mina foi fechada por causa de um vazamento de
gás metano. Isso não é nem um pouco interessante. Se o governo perceber que tem
um vazamento desse gás na mina, vão interditar o terreno e a cidade volta para
o fundo do poço.
-Gás metano? Não há nada disso nas informações. Que peguei.
– Disse Júlio. – Na realidade, o terreno até é seguro!
-Impossível. E a antiga mina?
-Ela está lá, mas não há vazamento de gás nenhum. –
Complementou Felipe. – A menos que a empresa que nos passou as informações
sobre a mina tenha mentido.
-Querem saber? Vamos até lá verificar isso! – Falei.
-O que?! Você está louco?!
É um terreno perigoso, você pode escorregar e quebrar o pescoço! –
Alertou Roberto.
-Vejam bem: a reunião é amanhã, não quero chegar para o
senhor Tavares e dizer que há um vazamento de gás na mina. Vamos apenas
verificar se há cheiro de metano no ar. É um cheiro parecido com óleo. Vamos
apenas entrar na mina, não muito, sentir se há o cheiro e sair. Somente isso. O
trabalho não pode parar!
-Certo. Se vamos fazer isso, vamos fazer do jeito certo. Nos
dê três horas para nos arrumar. Vamos comprar guarda-chuvas, capas e botas
especiais. – Argumentou Felipe.
-De acordo. Então nos vemos às onze horas. Até logo.
Saindo do Palácio Verde, a chuva amainava.
-E falaram que durava dias!
-Ah, Pedro, as vezes não. Nunca vi uma chuva tão forte durar
tantos dias.
-Nem eu. Deve ser exagero desse povo. Eles não tem muito o
que fazer por aqui, então qualquer chuva que dure um ou dois dias, para eles
são vários dias.
-É verdade... hum, e agora, para onde vamos?
-Teremos que deixar aquele chapéu para depois. Vou comprar
um guarda-chuva, botas, e o que mais for necessário. Tudo bem se ficar no
carro?
-Claro que não, meu amor.
-Ótimo.
Compras feitas, tudo pronto. Depois de alguns minutos por
uma trilha, chegamos a entrada da mina.