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O Tiquetaquear

O Tiquetaquear


É incrível como dois minutos podem mudar sua vida. Ou acabar com ela... No dia 22 de Fevereiro de 2020 eu descobri o que é sentir o vento gelado de inverno no rosto, e o que é sentir o arrependimento de acabar com a unica coisa de mais precioso que temos... a vida!

O tique-taque do relógio ecoava em minha cabeça, o céu escuro, as estrelas brilhando, sabia que era inverno devido à posição das ursas e também ao frio que dominava a cidade. O vento batia em meu rosto, fazendo com que meu cabelo loiro voasse. Dois minutos antes da morte ou dois minutos antes de uma nova vida. Dois minutos perante o fim ou dois minutos perante o começo. Dois minutos para estar na terra gélida em baixo da neve de Bariloche ou dois minutos para estar com as ursas no céu escuro. E lá estava eu, em cima de um prédio alto e coberto da neve. Vinte três e cinqüenta e oito. Sempre quis fazer isso a meia-noite, nunca sei se é o ontem, o hoje ou o amanhã. Olhei para o chão, a neve que cobria o mesmo me chamava, meu gorro vermelho apertava minha cabeça, mas mesmo assim me protegia do frio. Lembrei de minha família, que devia estar em nosso chalé se esquentando a lareira. Lembrei de meu noivo que devia estar em seu apartamento, em baixo dos cobertores azuis e cheirosos que dei para ele, esperando por mim. Lembrei de minhas amigas companheiras de diversões e segredos. Foi nesse instante que uma gota fria e salgada que chamam de lágrima escorria em meu rosto. E antes que outra dessas escapasse, dei um passo a frente e despenquei.

O vento batendo em meu rosto, o gorro vermelho apertando, o arrependimento em meu peito e a saudade de tudo e todos já davam sinais em meu coração. Toda minha vida passando como um trailer em frente aos meus olhos. A queda foi mais longa do que eu previ, e por mais que tivesse imaginado 50 vezes esse momento tudo que pude pensar foi no que viria depois. Dei meu ultimo suspiro olhando para o relógio, já estava ao chão, nele marcava meia-noite. Assim como sempre quis. Fechei os olhos e dormi eternamente. Dia vinte e dois de fevereiro do ano de dois mil e vinte, o dia que me matei sem nenhum motivo.

Autora: Raquel Pandolpho