• Edward Modrake
    http://imgur.com/oR8qssi.jpg
    O Príncipe Duas Faces
    Edward Mordrake é um caso raro da medicina. Aristocrata do século XIX, nasceu com uma face atrás da cabeça. Dizia que ela lhe sussurrava coisas que só podiam vir do inferno... Leia Mais...
  • Pacto de Ódio
    http://2.bp.blogspot.com/-4a1dSTDd-iM/UWnA9-WDceI/AAAAAAAAAjg/S9UYj_XXQuA/s400/O+Anjo+Vampiro.jpg
    Anjos e Vampiros
    Anjos e vampiros não podem se amar. Mestiços não podem existir. Leia Mais...
  • Creepypasta
    http://1.bp.blogspot.com/-iLa9GOrmZxI/VJd0YgOy7yI/AAAAAAAAAwk/KdUCCB1VuO0/s1600/250.jpg
    Portal da Mente
    Um grupo de cientistas se reúne para fazer o inimaginável: estabelecer contato direto com Deus. Entretanto, de uma maneira pouco ortodoxa. Leia Mais...
  • O Sanatório
    http://imgur.com/gqR6BQZ.jpg
    O Sanatório de Waverly Hills
    Um grupo de estudantes de paranormalidade resolve explorar o sanatório mais assombrado do mundo. Você tem coragem para ver o que aconteceu a eles? Leia Mais...
  • Stop Motion
    http://imgur.com/SHmWPgz.jpg
    Apenas um desenho...
    Até que ponto um simples desenho é inocente? Existem coisas macabras no mundo, e este vídeo certamente é uma dessas coisas. Confira! Leia Mais...

Pacto de Ódio

Pacto de Ódio - Capítulo IV


-Você estava obcecada demais no seu novo namoradinho hoje – disse o rapaz, enquanto girava distraidamente o piercing de espinho na orelha - não me espanto que não saiba quem eu sou. 

Vendo que a outra não retrucaria, ele prosseguiu.

-Entrei hoje na escola também, me sentei atrás de você – ele estende a mão – sou Lucian.

No momento em que a mestiça encostou a mão direita na sua, ele automaticamente o puxou para mais perto. Cara a cara, Lauren podia ver os olhos verdes contornados de preto, sentindo as unhas pontudas acariciando seu pescoço. Seus lábios eram de um tom natural de vermelho sangue,  destacados naquele rosto pálido e pontudo.

Sentindo-se vulnerável por não reagir, e ainda mais tenso por estar naquela situação embaraçosa de novo, Lauren viu, como num filme chato e repetitivo, seus lábios serem tomados num beijo forçado e sufocante. E tendo seu corpo prensado no dele, a situação parecia ainda pior.

A língua do outro adentrava em sua boca, e as mãos deles seguravam em sua cintura, por baixo da camisa, ora subindo em seus seios, ora escorregando em suas costas. Sentia seu baixo ventre pulsando cada vez que aquele garoto tornava-se mais ousado, pondo sua mãos dentro de sua calça ou mordiscando seu pescoço.

Parte de si praguejava por a escola estar deserta depois do sinal e eles sozinhos, a outra parte torcia para que Andrew não aparecesse, ou melhor: que ninguém aparecesse.

Lucian desprendeu-se dos lábios da garota, mas não se afastou. Ambos tinham os lábios avermelhados e a respiração alterada, mas os dois, nem de longe sentiam a mesma coisa. O mais velho, com seu jeito excêntrico e vampiresco mordeu o lábio inferior o menor.

-Não diga me diga que prefere aquele cara – mordeu outra vez – quando pode ter a mim.

Lauren queria perguntar que droga estava acontecendo, qual era a daquele garoto e por que estava agindo assim, mas faltaram as palavras em sua boca quando, junto com uma série de arrepios, sentiu a mão do outro adentrando em sua calça e a masturbando lentamente.
 
Colando ainda mais no menor, Lucian passou a chupar seu pescoço, da forma mais sedutora e maligna quanto nenhum humano jamais ousaria fazer. Ele guiou a mão da garota até seu membro, sem parar de masturbá-la, e sentiu o quando o outro tremia ao encostar em si, assim como estremecia quando seus membros se tocavam. Lucian puxou a camiseta da menor, mordiscando lascivamente seus seios, pressionado ainda mais seu quadril no dela.

Sua audição apurada não perdia nenhum ruído no lado de fora; ele tinha plena noção de que logo chegaria gente ali.

Lauren sentiu o choque gelado da pia em suas mãos quando, num movimento rápido, o outro segurou em sua cintura, escorregando sua calças até o joelho. Um choque ainda mais gelado percorreu seu corpo quando sentiu o outro começando a penetrá-la.

•●†●•

À alguns quarteirões da escola, Andrew sentia um sensação ruim, algo intuitivo e desagradável. Ele deu meia volta e retornou apreensivo até a escola, ouvindo seus passos ecoando pelos corredores desertos. Ele adentrou no banheiro feminino, e suas desconfianças se concretizaram da forma que ele menos esperava.

Andrew, pela primeira vez, estava sem palavras. Seus olhos azuis e límpidos tinham o reflexo da garota deitada na pia branca de mármore, nua, com as pernas enlaçadas no quadril do vampiro, que a penetrava fortemente, fazendo-a fechar os olhos e arfar.

Ele apoiou-se na parede para não cair. O vampiro tinha total noção de que estava sendo observado; quando chegou ao seu êxtase, curvado sob o corpo da menor, ele mirava os olhos puros e azuis no reflexo do espelho. Com a ponta dos dedos, um toque sutil na testa do garoto o fez desmaiar imediatamente. O vampiro riu, satisfeito.

-Me diga, criatura maldita: quem foi mais longe? – ele se virou, ainda abotoando a calça.

-Você é podre – respondeu com escárnio – Ela não merecia isso.

-Ah, merecia sim, por ser tão ingênua – ele deu um passo em direção ao anjo, com seu sorriso maligno na face – você também merece, sabe.

-Não se aproxime!

-Hm, eu só estava tirando uma com a sua cara; não vou me rebaixar a esse ponto.

-Você já se rebaixou – disse, indicando o corpo desfalecido do rapaz.

-Não, eu disse que – ele riu, apoiando-se na pia – não me rebaixaria transando com você. Não quero me sujar, sério.

As portas dos boxes começaram a tremer, e o espelho começou a vibrar; o ar do banheiro ficou frio e turbulento. Das costas do garoto, um par de asas surgiu, rasgando sua camiseta. Na velocidade de um piscar de olhos, Lucian sentiu duas laminas cravarem em seu peito, empurrando-o contra a parede, fincando cada vez mais fundo em seus órgãos. Mas as pontas das asas de Andrew não eram lâminas.

Aproximando-se lentamente, suas asas ainda curvadas sob peito do outro, o anjo segurou em seu pescoço e o forçou a olhar para si.

-Repita o que disse, vampiro; ouse repetir.
   
Um gemido abafado foi apenas o que saiu dos lábios de Lucian. Num movimento brusco, ele puxou suas asas do corpo do mais velho. Sangue impuro manchava sua brancura e pingava no chão do banheiro. No mesmo instante as feridas se curaram no peito da criatura, ele estreitou os olhos e seus caninos cresceram dentro de sua boca. Quando ameaçou atacar, o anjo foi mais rápido e fincou suas asas em cada um dos pulsos do vampiro. Sangue escorria, mas ele não ousava gritar – não daria esse gostinho ao inimigo.
   
A proximidade era inevitável; cara a cara, eles se encaravam com ódio. À poucos centímetros, cada um se via refletido no olhar do outro. O vampiro cravou seus dentes no pescoço do anjo, mas não ousou engolir seu sangue. O chão tremia e nas paredes, pequenas rachaduras surgiam.
   
Ensanguentados e se odiando,  unidos num abraço de dor, cada um tentava proporcionar uma tortura mais crucial ao outro, sem se importar com mais nada. Lucian soltou o pescoço do menor e deixou o sangue escorrer livre em seus lábios, para as costas do anjo.
   
Quando os dois se encararam novamente, não sentiam mais dor. O anjo, de lábios vermelhos num tom de cereja, sentiu o gosto de seu próprio sangue adentrando em sua boca, e depois disso, mais nada importou. O vampiro, engolindo do sangue inimigo, num ato impuro e repugnante, saboreou do momento mais libertador de sua vida.
  
Lauren acordou com seu corpo todo dolorido, e sentia muito, muito frio. A pia abaixo de si vibrava e o espelho estava todo rachado, assim como as paredes. Ela se levantou rapidamente, mas ainda estava nu. Num momento de psicose, ela vislumbrou os dois garotos com quem havia se envolvido naquele dia, ambos ensanguentados e se beijando, sendo que um tinha uma visível marca de mordida no pescoço, e belas asas saindo das costas, fincadas nos pulsos do outro.

As portas dos boxes batiam freneticamente e as torneiras jorravam água para todo o lado. Os ponteiros do seu relógio de pulso estavam parados. Num ultimo suspiro, o corpo pendeu para trás e seu coração parou de pulsar também.

•●†●•