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Por Trás dos Milharais

Por Trás dos Milharais - Capítulo II


Corri para o quarto e tentei dormir. 

No dia seguinte perguntei aos tios de Marcos sobre a porta que havia aberto no dia anterior.

-O que tem atrás daquela porta? – Perguntei, fingindo não saber de nada.

-Apenas um quarto antigo, inutilizado. – Disse Mario.

-Isso, inutilizado – Concordou Lucia.

Vi que era mentira, eles estavam escondendo algo.

-Vamos jogar Vôlei, quer vir conosco? – Perguntou Claire.

-Já vou indo. – Respondi.

Todo aquele papo de Cliv já tinha sido esquecido. Não contei a ninguém o que havia visto na noite passada pois não quis dar um alarme falso e ser visto como um trouxa. Tentei me distrair jogando Vôlei com meus amigos.

George foi o primeiro a pedir descanso, saiu no meio do jogo e se sentou num banquinho de toco de arvore.

-Falei para você não comer aquele ovo no café da manhã, George! – Gritou David.

-Vá a merda David! – Respondeu mostrando seu dedo do meio 
George estava suando como nunca. Ele se levantou e seguiu até o milharal.

-Vou explorar essa área pessoal! – Gritou.

-Espere! Eu vou com você! – Gritei, correndo atrás dele.

Percorremos um longo caminho até o milharal. Decidimos seguir caminho reto, para não nos perdemos.

-Estou vendo o fim. – Disse George.

Ao tirar o ultimo milho da frente de meu rosto, dei de cara com um enorme espantalho.

-Conseguia ver ele do quarto. – George segurou a mão do boneco e começou a simular uma briga com ele.

Olhei para os moradores de cima do morro. Consegui vê-los de um ângulo melhor. Pareciam ser muito pobres, mas isso não impedia as crianças de brincarem do lado de fora.

-Saca só isso John! – Exclamou George, apontando para o chão de terra.

-Ah, merda!

Havia sangue espalhado pelo chão em volta do espantalho.

-Eu vi um filme certa vez... Que o espantalho matava as pessoas... – Falou George olhando fixamente para o boneco de palha.

-Não seja tolo. – Falei, tentando acalmá-lo.

-Vamos – Gaguejou – Vamos sair daqui John.

-Vamos. – Disse.

Chegando em casa vimos a movimentação na parte interna da residência.

-O que aconteceu? – Perguntou George.

-Meu tio está passando mal. – Disse Marcos.

-Ele caiu das escadas – Respondeu Lucia. – Seu amigo David foi pegar algo para cobrir o ferimento.

David chegou correndo com ataduras e álcool.

-Aaaah – Mario gritou quando o álcool foi jogado em seu ombro.

-Calma, é para não infeccionar – Disse David.

-Mas como o ombro ficou tão ferido numa queda de escadas? – Perguntou Rebeca.

Ela estava certa, o ombro estava em carne viva.

-Cai de mal jeito querida – Respondeu Mario, de olhos fechados e aparentando estar sentindo muita dor.

Olhei pelas escadas e não vi nada que aparentasse uma queda. Mas a maçaneta da porta da frente estava com sangue, junto com gotas no tapete.

Um vento forte atingiu o milharal naquele momento, tive a impressão de ver a silhueta de alguém ali.

-Agora está tudo certo! – Gritou David, tirando meu olhar do milharal.

-Muito obrigado jovem. – Agradeceu.

Silhueta nenhuma estava mais lá....

Na manhã seguinte Lucia levou Mario ao hospital, para ver se nada de mais grave havia acontecido. Marcos se alegrou com a ideia de ficar sozinho na fazendo com seus amigos. “Vamos montar um acampamento do lado de fora!”. Ouvi ele enquanto estava no banheiro.

-Nem pensar cara! Não ouviu seus tios? – Disse Claire.

-Mas você é toda certinha mesmo não é? – David defendeu seu amigo.

-John, você também concorda? – Perguntou Marcos.

-Claro. – Decidi, tentando não ser estraga prazeres.

Mais tarde jantamos miojo, já que ninguém mais sabia fazer comida.

-Eu até gosto dessa porcaria – Disse George, de boca cheia.

-Sendo comida você gosta. – Falou David.

-Estou cansado de você me encher o saco cara. – Respondeu – Da próxima vez eu te arrebento.

David riu e continuou a comer.

Naquela noite levamos nossas barracas para fora e começamos a montar o acampamento. Enquanto todos ajudavam a montar as barracas, George olhava para o espantalho por cima do milharal.

-O que está havendo George? – Perguntei.

-O espantalho está mais alto. Antes não se conseguia vê-lo daqui. – Respondeu.

-Deve ser impressão sua. – Disse, mesmo percebendo que ele estava certo.

-Não! Não é.

Ele abaixou a cabeça e se virou para ajudar a montar o acampamento. Continuei olhando o milharal, lembrei-me da silhueta. Meu coração disparou de repente. Uma forte ventania atingiu o lugar. O chapéu do espantalho voou longe.

-Ajude aqui John. – Rebeca gritou.

-Está bem.

Após montarmos as barracas, David resolveu fazer uma fogueira usando pequenos gravetos achados pelo chão.

-Merda! – Gritou David - Precisamos de madeira de verdade.

-Vamos buscar então. – Falou Marcos.

-Vão vocês, eu fico por aqui mesmo. – George se deitou na barraca.

- Mas é um cagão. – David caçoou.

George realmente estava assustado. Resolvi deixá-lo com as meninas e fui ajudar David e Marcos a recolher madeira.

-Já temos o bastante – Disse Marcos.

-Então vamos. – Falei.

Estávamos perto das pequenas casas do morro, acreditei ter visto os moradores nos olhando pela janela.

-Que casas horríveis! – Exclamou David, com as duas mãos ocupadas pela madeira. – Você os conhece, Marcos?

-Pra falar a verdade não. Vim aqui poucas vezes, e quando era 
pequeno. – Respondeu.

-Eles parecem assustados conosco – Falei.

-Meu tio me falou que eles são envergonhados, apenas. Pedro mora naquela ultima casa. – Marcos disse, apontando para a velha residência.

-Aquele cara é muito esquisito. – David resmungou.

-Também acho. – Concordei.

Voltamos para o acampamento sem nenhum problema. David conseguiu acender a fogueira e nos reunimos em volta dela. Após inúmeras cervejas todos estavam quase no chão. Rebeca havia vomitado duas vezes e acabou caindo no sono antes de todos.

-Quer saber de uma coisa? – Disse David com a voz alterada pela bebida – Vou desafiar esse tal de Cliv. 

-Não brinque com isso. – Protestou George.

-Cala a boca seu gordo imundo. Vou acabar com ele e depois cuido de você.

Ele se dirigiu até o milharal. Levantei-me e o segurei.

-Calma cara, você está bêbado. – Falei.

-Deixa ele John, vai ser divertido. – Disse Claire, sentada na grama.

- Isso cara, deixa de ser estraga prazeres. Agora saia da minha frente.

E assim David se colocou de frente ao milharal. Abriu seus braços lentamente, formando um sinal de cruz. Sorriu para nós com orgulho. Abriu sua boca e gritou:

-CLIV! EU NÃO ACREDITO EM VOCÊ!

Todos ficaram em silencio. O vento soprou levemente, fazendo um barulho suave.

-Viram, isso é idiotice! – Exclamou, virando-se para nós.

-E o George dando uma de medroso. – Satirizou Claire.

A luz vinda da casa se apagou depois de um estrondo.

-O que foi isso? – Falei.

-Eu disse para não fazer aquilo, eu disse! – Gritou George, começando a se desesperar.

Corremos juntos para dentro da casa ver o que tinha acontecido. David e Marcos pegaram dois pedaços de madeira para se protegerem.

-Quem está ai? – Gritou Marcos.

Ninguém respondeu.

-Estamos armados, se você tentar alguma gracinha estará morto! – Ameaçou David.

Haviam cacos de vidro no chão da sala, olhei para cima e percebi que eram da lâmpada.

-Mas como ela foi explodir dessa forma? – Questionei.

-Não faço a mínima ideia, mas não é nada tão anormal – Respondeu Marcos.

Voltamos para o gramado e nos sentamos novamente.

-Vou acordar a Rebeca. – Falou Claire.

Ela entrou na barraca e deu um grito. Saiu pálida lá de dentro.

- Rebeca sumiu!

Marcas de terra no chão alertavam que ela havia sido arrastada