A Coisa Malígna
Jamais, em hipótese alguma, diga as palavras que estão neste conto em voz alta. Algo muito ruim pode acontecer.
-Senhor Jenkins, quanto custa este livro?
O velho homem de setenta anos olhou para o livro empoeirado que estava parado na estante há décadas. Realmente, a loja era muito antiga.
-Desculpe, Dora, este livro não está a venda. Eu devia ter jogado ele fora antes! Besteira minha pensar que eu podia vendê-lo ao... esquece.
-Mas por que este livro não está a venda? Do que se trata?
-Está bem, vou te contar a história. Comprei este livro de um vendedor chamado Talazar Uphidoh. Ele dizia que era um vendedor de especiarias, e que havia passado por diversos países do Oriente Médio, Oriente, Europa, Ásia e também recolheu diversos ingredientes desconhecidos. Esse ele não me mostrou, mas mostrou este livro. Ele disse que...
-"Eu consegui esse livro enquanto estava na ásia. Conheci um grupo de nativos curandeiros, e então eles me deram este livro, que traduzi com a ajuda deles. Mas eles me advertiram, dizendo que eu não poderia ler aquelas palavras, se não algo muito ruim iria acontecer".
-Depois que ele falou isso, eu o olhei com uma cara meio desconfiada, mas aceitei a oferta, por que ele disse que um amigo dele passaria na loja em pouco tempo para comprar o livro de novo. Eu estou esperando essa compra acontecer há três décadas, e até agora nada. Não sei se devo te vender...
-Por favor, senhor Jenkins. Eu gostei do livro, prometo que não vou falar uma só palavra dele em voz alta!
-Não sei... não me parece seguro. Bom, está bem. Não faça nada de mais com ele, certo?
-Esta bem. Vamos, Gabrieli
Dora e a irmã, Gabrieli, iam saindo da loja, quando encontraram um sujeito com um terno, que lhes disse:
-Cuidado com o livro. Duas cabeças pensam melhorer que uma, mas pensam e querem coisas muito diferentes.
-As meninas ficaram olhando para o homem, que virou as costas e entrou na velha loja do senhor Jenkins.
-Quem era aquele homem, Dora?
-Não sei, Gabi. Anda, vamos para casa.
Chegando na grande casa, Mike esperava pelas duas irmãs, ansioso para saber o que elas traziam nas mãos.
-O que é isso aí?-Disse Mike, com ar curioso.
-Um livro, não está vendo? Comprei na velha loja de livros, lá no centro da cidade.
-É de romance? Aventura?
-É um livro de terror. Quer que eu leia para vocês?
-Não gosto de livros de terror!-Disse Gabrieli, com medo.
-Nem eu!
-Tudo bem. Não vou ler ele. Vou guardar lá na estante por que quero reformar ele pra ficar bem legal. Depois eu vejo o que faço com ele.
Dora Mcground comprara um livro que ela sabia que boa coisa não era, mas sua curiosidade a levaria ao mais terrível pesadelo que ela ja tera. O telefone toca.
-Alô?
-Oi Dora, é a Gigi, tudo bem?
-Oi Gi! Tudo sim, e com você?
-Ah!, tudo bem. E aí, soube da Michelle e do Rob?
-Não, o que tem eles?
-A Julia disse que a Pâmela falou que viu eles de mãos dadas no shopping!
-Mentira!
-Verdade! Eu fiquei boba quando soube!
Até altas horas as duas amigas ficaram conversando e fofocando como se não se vissem há anos, até que Dora se lembrou do livro.
-Aí o Thiago falou para o Maurício que o trabalho não ia ficar pronto, aí eles mandaram um SMS pra mim e eu fiz o que faltava.
-Nossa, ainda bem, hein! Gi, vou ter que desligar. Amanhã preciso ir de novo no centro pra falar com meu tio Sam, só volto as três da tarde. Aí a gente se fala, tá? Ok, beijos!
Assim que desligou o telefone, Dora correu para a estante de livros, pegou o livro misterioso de capa preta e o abriu. Um vento forte entrou pela janela aberta, sacudiu as cortinas e os cabelos de Dora. Ela não sabia, mas agora era o começo do fim.
Continua...