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A Ultima Casa da Rua

A Ultima Casa da Rua - Capítulo 7


O carro de Carrel Wilson parou a alguns metros antes da entrada da antiga casa dos Thompson.
Porque paramos tão longe? — perguntou Adam.
Não podemos chamar a atenção. Pelo menos ainda não. — disse Carrel.

E também não está tão longe assim, Adam. — disse Andersen.
Certo. Vamos lá. — disse Carrel, descendo o carro e pegando as armas. — E vocês, não se esqueçam das armas. — alertou-os.
Já estão aqui! — avisou Adam.
Vamos lá. Todos juntos. — disse Carrel.
Os três desceram do carro com as armas em punho. A rua estava deserta do lado em que estavam, o movimento da noite de Halloween era mais no centro da cidade. Além de deserta, a rua também estava escura. Sobre a casa velha casa, o único poste que a iluminava, estava com a lâmpada queimada há vários meses. Havia seus prós e contras nesta escuridão. Por enquanto não chamariam a atenção, e por outro lado, a escuridão dificultaria a possível fuga.
A entrada para o porão fica na cozinha da casa. Uma enorme porta separa o local dos sacrifícios satânicos da casa. Descendo as escadas para o porão, os fiéis de satanás, o três mascarados, que antes davam proteção e segurança ao local. Agora eles estavam sem máscaras, descalços, usavam um robe branco, sem as roupas íntimas. Aquela cerimônia macabra também serviria para iniciá-los ao satanismo. E assim começava a cerimônia pagã.
Do lado direito do altar, havia uma pequena vela branca. Ela representa toda a ideologia de medo e ódio decadente, antinatural, escravocrata, judaico-cristã, ou seja, a igreja de Cristo, que antes dominava a Terra, mas que agora está sob controle, o pequeno tamanho representava isso no espaço do altar de Satanás. Do lado esquerdo, uma grande vela preta era o destaque. Ela representa e era da carne, da matéria e da força, a “igreja” de Satanás.
Ainda sobre o altar, havia alguns recipientes com terra, outro com água do mar, um braseiro, carvão e incenso. Nas mãos dos três iniciantes, Marianne Wilson os entregou um robe negro e um amuleto de Baphomet, que serão utilizados durante a cerimônia macabra. O amuleto de Baphomet é uma síntese de vários conceitos mágico-místicos. É mais conhecida por sua relação com os Templários e a com Maçonaria.
O principal animal do símbolo é um bode. O seu ventre é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina.
Marianne Wilson colocou três cadeiras na frente do altar para os iniciando sentarem. Os três ex-mascarados ainda não haviam entrado próximo ao altar. Velas vermelhas foram acesas e colocadas sobre o altar, e, uma em especial, a vela que será usada por Marianne também foi acesa, a chama negra. O carvão também foi acesso e outros preparos foram feitos.
Marianne, a sacerdotisa do culto macabro, postou-se perante o altar. Em seguida, chamou os três iniciando para a sua frente e os fez ajoelhar. Ela pegou a Bíblia Satânica que estava sobre o altar, abriu-a e começou a ler em voz alta a Primeira Chave Enoquiana:
Na majestosa luz da sabedoria imaculada, desperte e adentre a madeira Arcádia onde toda tua falsidade restante será como casca morta, cortada de teu tronco; onde tuas fúteis hipocrisias, conscientes ou não, não mais envolverão tua mente e corpo. — lia. — Se desfaz de teu robe branco de mentiras e confronta teu Príncipe, que se revela como tu logo que nasceu, despido e desavergonhado. Tu podes respirar novamente o primeiro ar agora enquanto os ventos da noite sopram dos distantes domínios de Belial. — prosseguiu.
Os três iniciando se levantam, retiram o robe branco e se sentam nas cadeiras na frente do altar. As cadeiras possuíam um suporte para os pés, fazendo com que os pés dos iniciando não tocassem o chão. Em seguida, Marianne pega a vela (chama negra) sobre o altar e passa a chama quatro vezes abaixo da sola dos pés dos iniciando. Enquanto diz:
Através disto, a Chama Negra de Satã, tu caminhaste no Inferno. Teus sentidos estão despertos para o prazer do renascimento. Os Portões estão largamente abertos e tua passagem é proclamada pelos uivos imortais das bestas guardiãs Dele. Sua marca cauterizante para sempre glorificará tua consciência: seu propósito ardente o fará livre.
Marianne Wilson faz alguns gestos com as mãos em reconhecimento do Ar da Iluminação, jogando dentro do braseiro o incenso. Enquanto faz isso, recita:
Nós trazemos de Teu Jardim, Óh Poderoso Lúcifer, as fragrâncias que lá abundam. Vapores que por milênios Tu compartilhaste com Teus escolhidos são agora reacendidos para preencher esta câmara com Tua presença. Em Teu nome nós batemos o sino e assim invocamos as vozes que sussurram maravilhas de todas as regiões de Teu Império. — falava com fervor. — Respire de Seu hálito, Óh irmão da noite, e alimenta tua mente desperta. Do desespero e agonia de teu caminho anterior, teu novo caminho abre-se esta noite em todo o brilho da chama de Lúcifer. Os ventos Dele agora guiam teus passos ao poder supremo que o conhecimento traz. O sangue daqueles que falham brilha eternamente nas mandíbulas da Morte, e os cães da noite perseguem suas miseráveis presas cruelmente. Aqueles que caminham entre nós carregando engano, eles certamente perecerão em cegueira. Vira tuas costas aos baixos e despreza-os; segue a Chama Negra em direção à infindável beleza de mente e corpo. — dizia Marianne.
Em seguida, Marianne pega no recipiente um pouco de terra e passa na sola dos pés e na palma das mãos dos iniciando e fala:
Agora, como antes, quando a Mãe de todos nós estofou caminhos com a pura terra pagã de eras, Ela se oferece novamente. Enquanto teu verdadeiro papel de filho da Terra surge e impregna teu ser, teus pés agora e para sempre retornam ao peito Dela. Deleite-se no trêmulo brilho da lareira de teu coração, e faça teu pacto de devoção com todos os filhos Dela cujas patas trilharam e aprenderam o caminho de Belial. Busca e sê feliz, pois o infinito só fala àqueles de auto-realização que conhecem, ouvem e seguem a Lei.
A água do mar que estava no recipiente é esfregada por Marianne nos iniciando, em seguida ela vai proclamando:
Do vazio de áridos desertos e alvos ossos tu chegaste até nós. Com sedentos e inchados lábios, com ouvidos ansiando por palavras verdadeiras, tua busca te levou às ocultas e nebulosas cavernas subterrâneas de Leviatã. É deste mar que toda vida origina-se. Em teu interior ainda fluem salgadas águas, mantendo teu parentesco com os habitantes das profundezas, inomináveis criaturas de Dagon que, nascidas em marés eternas, te sustentarão assim como sustentaram seus irmãos que habitaram a terra em eons passados. Regozija em tua herança. — e continuou — Levante-se agora, e cubra-se com o manto da escuridão, onde habitam todos os segredos.
Os iniciando fazem como ordenado, eles se levantam e vestem o robe negro. Logo depois, Marianne Wilson coloca o amuleto de Baphomet no pescoço de cada um e diz:
Eu entrego a ti o amuleto de Baphomet, e assim selo teu eterno compromisso com Satã, escolhido Senhor de teu domínio, e tua eterna lealdade às maravilhas de Sua criação. Levanta tua mão direita com o Sinal dos Chifres e acolhe teu juramento: Tu, que renegou a estupidez divina, proclama a majestade de teu próprio ser entre as maravilhas do Universo. Tu rejeitaste o esquecimento do eu, e aceitou o prazer e a dor da existência única. Tu retornaste da morte à vida, e declarou tua aliança a Lúcifer, Senhor da Luz, que é glorificado como Satã. Tu recebeste o Sigilo de Baphomet e abraçou a chama negra da iluminação. Tu assumiste este compromisso infernal por tua própria vontade; este ato sendo feito sem coerção como teu próprio desejo de acordo com tua vontade.
Marianne pega uma espada que estava próxima ao altar e traça com a ponta dela um pentagrama invertido no ar, em volta do amuleto dos iniciando. Depois disso, ela e os iniciando fazem o sinal dos chifres em direção ao altar macabro. Logo depois, Marianne proclamou em voz alta:
Hail, Satan!
Hail, Satan! — gritaram os três iniciando.
Depois Marianne Wilson, dirigiu à um pequeno sino e o tocou, em seguida apagou a Chama Negra e disse:
Está feito.
E assim, termina a longa cerimônia de iniciação ao satanismo. Os três ex-mascarados agora eram iniciados ao satanismo. Todos os presos não acreditavam no que viam. Assistiram à tudo em estado de choque, era como se aquilo fosse algo de outro mundo, aliás, era algo de outro mundo. Um mundo do qual eles não queriam conhecer.
Pronto, meus queridos. Agora são verdadeiros servos de Satanás. Então podemos prosseguir com o sacrifício. — disse Marianne.
O medo tomou conta de todos os presos nas cruzes invertidas. Pediam a Deus que os ajudassem ou que alguém estivesse perto de ajudá-los. O que era verdade. O que eles não sabiam era que nem todos ali sairiam com vida.
Do lado fora do porão, precisamente na porta principal da casa, Carrel Wilson, Andersen e Adam estavam caminhando lentamente e cuidadosamente, para que não chamasse atenção, pelo menos por enquanto. Carrel vinha na frente, depois Andersen e por último Adam. Ninguém desgrudava de suas armas.
Será que a porta está aberta? — perguntou Adam em voz baixa.
Ai, nossa! Que pergunta mais óbvia, Adam. — dizia Andersen em tom de ironia. — Deve estar sim e ainda com um carpete dizendo: SEJA BEM-VINDO! — disse.
Será mesmo? — perguntou Adam.
Andersen parou e ficou de frente para ele. Os dois se olharam.
Escute aqui. Preste atenção no que viemos fazer e pare de fazer tantas perguntas idiotas! — disse Andersen, um pouco bravo.
Está bem, vou ficar quieto. Desculpe. — disse Adam.
Cale a boca vocês dois! — ordenou Carrel. — Vamos terminar o que viemos fazer!
Andersen e Adam fizeram como Carrel mandou e os três continuaram caminhando lentamente até a porta principal. Para a surpresa de todos, ela estava aberta. Não houve o menor cuidado em mantê-la trancada. Carrel achou muito estranho, estava fácil demais. Será que havia sido proposital ou descuido de Marianne? Pensava Carrel. Porém ele sabia que dificilmente Marianne cometia erros.
Está fácil demais. — disse Carrel.
Será alguma armadilha? — perguntou Andersen.
Não sei, mas vamos ter que pagar para ver.
Todos se entreolharam, assentiram e entraram na casa.