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A Ultima Casa da Rua

A Ultima Casa da Rua - Capítulo 3



Andando pela rua movimentada de Still Ville, Andersen, Adam, July e Michele, batem à porta de cada casa que passam, falam o bordão, já clichê, do Halloween: “gostosuras ou travessuras?”. Os sacos que continham os doces já estavam cheios. July e Michele já estavam cansadas, ao contrário de Andersen e Adam.

Quero ir para casa. — reclamava July.
Está cedo ainda, July. — falava Adam.
Também quero ir. Meus pés já estão doendo. — dizia Michele.
Vocês, meninas, sempre frescas. — reclamava Andersen.
Não temos cascos e usamos ferraduras como vocês! — disse July, irônica.
Hahaha, muito engraçado... — respondeu Andersen.
Olha só, se vocês quiserem ir embora, podem ir. Nós dois, os cavalos aqui, vamos ficar. — disse Adam.
Está bem então. Fiquem aí. Nós duas vamos embora! — disse Michele, puxando July e se afastando de Andersen e Adam.
Ótimo! — gritou Adam.
Andersen sabia que deixar duas meninas sozinhas a noite, não poderia ser legal. Afinal, se foram todos juntos, a lógica seria voltar todo mundo junto. Porém, Adam não via da mesma forma. Deveria ser a educação que recebia em casa. Morava com o pai bêbado e sua mãe havia ido embora com seu tio.
Cara, acha mesmo uma boa idéia deixá-las irem embora sozinhas? — questionou Andersen.
Problema delas! Elas quiseram assim. — respondeu Adam, ríspido.
Mesmo contrariado, Andersen assentiu.
Os dois continuaram a andar pela rua em que estavam. As meninas fizeram o percurso contrário. Elas passariam em frente à casa dos Wilson, onde a distância até as suas casas seria pequena.
Caminharam rápido, e chegaram à frente da velha e linda casa dos Wilson. July e Michele repensaram na proposta que Marianne Wilson fizera mais cedo: saborear mais doces. Os pés delas estavam super doloridos. Já se formavam calos. Michele foi à frente e, mais uma vez, antes que batesse à porta, um homem mascarado a abriu. A aparência era idêntica aos assassinos da Rodovia 47. Roupas totalmente pretas, uma máscara preta e horripilante. Possuía espécies de agulhas ou objetos pontudos. A boca era um zíper, porém fechado. No lugar nos narizes, só havia dois buracos para respirar.
Hã, por favor, a Sra. Wilson está? — perguntou Michele, timidamente.
O mascarado não respondeu.
Oi, está me ouvido? — perguntou novamente.
O soco foi instantâneo. Michele caiu desmaiada com a boca e o nariz sangrando. July tentou gritar e correr, porém foi puxada pelos cabelos e foi sufocada pelas enormes mãos do mascarado. Ele a trouxe para dentro de casa e a atirou, violentamente, contra a parede, fazendo-a desmaiar. Em seguida, pegou o corpo de Michele e trouxe para dentro e fechou a porta. Do alto da escada, Marianne Wilson observava friamente toda a cena.

* * *

John tremia muito. Os assassinos mascarados se aproximavam dele. Parte dele queria correr e outra queria ficar ali e enfrentar aqueles “monstros”. As duas formas eram totalmente errôneas. Se corresse, eles os pegariam e se ficasse, aconteceria à mesma coisa. Faltando alguns metros para ser apanhado, a parte que queria que ele fugisse, soou mais alto e então, numa forma desesperada, John saiu correndo para dentro da mata fechada.
Não havia caminho, nem iluminação. John sentia-se que usava uma venda nos olhos. O instinto de sobrevivência falava mais alto, mesmo não sabendo o que viria pela frente. As árvores e arbustos dificultavam o caminho da fuga, mas não o impedia de correr sem rumo. John ouvia também os largos passos dos mascarados atrás dele. Não sabia se estavam muito longe ou perto, ele não olhava para trás.
Uma dor dilacerante atingira o seu braço esquerdo. John havia sido atingido de raspão por um dos punhais que os assassinos mascarados jogavam contra ele. A dor dificultava a fuga, mesmo de raspão, o ferimento era torturante. John pode ver algumas árvores na sua frente sendo atingidas pelos punhais que o acertara um pouco antes. Ele se imaginava no lugar dos troncos das árvores, estaria agonizando uma hora dessas. Infelizmente, sua sorte não durou muito tempo.
Algo o atingira no pé direito. John podia sentir o osso do pé e do tornozelo se quebrando. A dor foi mil vezes maior que a que sentira no braço. Foi a pior dor que ele sentira na vida. Caído no chão, pode sentir que algo extremamente pesado e forte que o atingiu: uma armadilha para ursos. O impacto no seu pé foi tão grande, que os ossos foram esmiuçados. John podia ver seu osso quebrado fora da perna e seu sangue jorrando. Seus gritos, ensurdecedores. Seu choro, um lamento. Os assassinos mascarados aproximaram-se do corpo de John, que suplicava por ajuda.
Por...favor...não...me...mate... — suplicou balbuciando.
A dor era tão grande, que John não conseguia falar direito. Só conseguia pedir pela sua vida. Os assassinos mascarados olharam para seu rosto e um deles desferiu-lhe um soco, fazendo-o desmaiar. John fora carregado e jogado dentro do furgão preto, junto com os demais.

* * *

Marianne Wilson desceu elegantemente as escadas de sua casa. Aproximou-se dos corpos de Michele e July, olhou friamente, deu um leve chute no braço de Michele, certamente, para se certificar que ela estava desmaiada. Fez o mesmo com July. Marianne agarrou um amuleto que estava pendurado em seu pescoço e depois o beijou. O amuleto possuía o mesmo símbolo da maçaneta da porta e dos punhais: um pentagrama e uma cruz invertida.
Carrel Wilson despontou na sala, vindo da cozinha. Surpreendeu-se com a cena que viu: as duas crianças caídas sobre o chão. Aquela cena o revoltou muito, a ponto de tentar agredir fisicamente sua esposa, Marianne. Porém, ele sabia se controlar. Carrel sabia o que aconteceria caso realmente fizesse isso. Sua esposa tinha um instinto fora do comum. Era fria e calculista. Os mais terríveis psicopatas, perto dela, não passavam de meros batedores de carteiras.
Marianne Wilson, estudava bem suas vítimas. Conhecia suas famílias muito bem. Aparentemente era uma mulher bem sociável e simpática. Todos na pequena Still Ville gostavam dela. Ela sempre saia de casa, como uma dona-de-casa comum. Ia ao supermercado, à padaria etc. O único local em que Marianne não ia, nem mesmo aos domingos, era a Igreja. O que deixava parte da população curiosa por tal motivo.
Os mais fofoqueiros diziam que foi algo no passado. Marianne havia perdido seu filho único, ainda bebê. Havia aqueles que acreditassem que talvez essa fosse a revolta que sentia. Revolta com Deus. Revolta por ter lhe tirado o seu único filho. Outros diziam que ela era adepta de outra religião. Uma vez, por descuido de Marianne, o seu amuleto apareceu e umas duas senhoras viram durante uma visita ao supermercado. Quando perguntaram o que significava aquele símbolo, Marianne desconversou, fazendo-as esquecer do que viram.
Carrel Wilson aproximou-se da sua esposa e do mascarado e disse:
Eu avisei que não queria mais que isso acontecesse! — gritava.
Essa será a última vez, querido. O último sacrifício. — respondeu, friamente.
Último sacrifício? Você diz isso há anos.
Dessa vez é verdade. Serão sete jovens corações.
O quê? Você ficou louca?
Só faço o que eles me pedem, querido. Você deve saber. E não deve contrariá-los.
Eu já estou cheio disso tudo.
Mas não deveria estar... tudo o que você tem hoje, é fruto daquilo que fizemos! — disse Marianne, dessa vez aumentando o tom da voz.
O nosso único filho, Marianne. O nosso único filho... — uma lágrima escorreu o rosto.
Ele não era nosso, Carrel. Você sabe disso.
Não era nosso? Você quem deu nosso filho! Você e sua ganância. Destruiu tudo o que eu tinha de bom! — gritava.
Baixe o tom da voz. Não quero que esses fofoqueiros fiquem comentando de nós.
Uma porra para eles e para você! Não me mande calar a boca. — dizia Carrel, histérico.
Olha o jeito que você fala comigo! — falou Marianne.
Por quê? Vai me matar também? Como você vai fazer com essas pobres pessoas? E como você fez com o seu filho, com o nosso Alex. — as lágrimas escorriam seu rosto.
Marianne olhou para o mascarado que estava do seu lado escutando tudo. Fez um leve sinal com a cabeça para ele. A mensagem havia sido captada. O mascarado foi rápido e certeiro. O soco no rosto fez com que Carrel desmaiasse. A boca sangrava.
Bem, leve-o para o meu quarto e o tranque lá. — ordenou Marianne para o mascarado.
O mascarado fez como lhe ordenado. Voltou, olhou para os corpos de Michele e July caídos no chão.
E elas, leve para a última casa da rua. A casa do sacrifício.
Ele assentiu e assim o fez.