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Ouija, o jogo

Ouija, o jogo - Parte II



Por pouco não sai correndo dali. A princípio achei que era coisa da minha imaginação, mas percebi que estava redondamente enganado.
A-Aline, pelo amor de Deus, o que é isso? ― Consegui falar totalmente perplexo com o que acabara de acontecer. O copo girava “sozinho”, não sabia qual explicação seria, mas já imaginava.
São “eles”, oras. Já disse, já estão aqui. ― Respondeu-me calmamente.
Mas me diga: quem são eles afinal? ― Perguntei gentilmente, tentando transparecer que estava calmo. (Minhas pernas não paravam no lugar).
Espere querido, daqui a pouco você saberá. ― Respondeu-me.

Não sabia mais o que esperar daquela situação. Até que de forma inesperada Ellen sai da mesa em direção à porta. Ela parecia furiosa, devia se sentir, de alguma forma, com cara de idiota. Aline se surpreendeu com àquela atitude e advertiu-a:
Ellen, volte aqui, por favor. Você não pode sair do jogo sem a autorização “deles”. ― Falou gentilmente Aline. ― Daqui a pouco terminaremos, eu prometo. ― suplicou.
Não, Aline. Já tô entediada e também não posso demorar aqui, meus pais já devem estar chegando. ― Respondeu Ellen.
Galera, não acreditei no que aconteceu a seguir. Quando Ellen tentou abrir a porta, a mão dela simplesmente queimou ao tocar na maçaneta. Deveria estar bem quente. Nesse mesmo momento pudemos ouvir a explosão de algum vidro que estava na cozinha, acho que era algum copo. Nesse momento Ellen caiu e ficou gemendo de dor. Todos ficaram em estado de choque, até eu. Nunca tinha visto aquilo. Acho que essa noite seria difícil para dormir. Aline foi à única que não demonstrou reação àquela situação, parecia calma, aliás, ela era a única que parecia não estar com medo.
Vão ficar aí parados? Não irão me ajudar? ― Suplicou Ellen.
Eu te avisei. “Eles” não irão deixar ninguém sair enquanto o jogo não estiver terminado. Começamos, agora temos que terminar. ― Falou Aline.
Cara, isso tá me deixando com muito medo. Eu quero ir embora. ― Disse Pedro com a voz embargada.
Olha só: vamos terminar isso de uma vez por todas e ir embora, ok? ― Falou Guilherme.
Eu estava muito confuso, não sei se queria correr dali ou ficar para terminar o jogo. Acredito que estava com medo das consequências que iria acontecer se eu saísse da mesa. Então decidi continuar. Todos decidiram a mesma coisa que eu.
Aline? ― Falou Guilherme. ― Comece as perguntas. Quanto mais cedo começarmos, mais cedo terminaremos. ― Disse Guilherme.
Uma parte de mim estava um pouco aliviada em saber que terminaríamos logo, mas a outra parte... Estava com medo do que viria a seguir. Ellen veio ao nosso encontro e ficou na posição que estava anteriormente. Pude perceber que a queimadura na mão dela não foi tão grave assim, mas o susto deve ter sido o pior, pois ela não falou mais uma palavra. Aline fechou os olhos e começou com o “transe” novamente. Todos nós olhávamos para ela do mesmo modo como ela tinha feito antes. Dessa vez ela falou em voz alta e autoritária:
Espíritos, que está aqui? Miguel e Gabriel? ― Perguntou com certa “intimidade”.
Miguel e Gabriel? Ela já os conhecia? Afinal quem seriam eles? Será que seriam os anjos que a Bíblia tanto falava? Afinal, nós estávamos chamando espíritos “bons”. Depois da pergunta de Aline, sentimos a mesa tremular e o copo se arrastar em cima das letras do tabuleiro. N-A-O, foi a palavra formada. Pela primeira vez vi o semblante de Aline mudar, acho que essa não era a resposta que ela esperava. E tenho a impressão que também não iremos gostar.
Q-quem é então? ― Pela primeira vez Aline gaguejou, sua expressão era de total espanto, que ela relutava para não transparecer. Se ela estava com medo, imagine eu e os demais.
A princípio o copo não se mexeu. Aline tornou a fazer a mesma pergunta, mas dessa vez com um pouco de tranquilidade na voz. Dessa vez ouve resposta. O copo moveu-se e formou a palavra: L-E-G-I-A-O. Essa palavra não só causou espanto para mim, mas também para Aline. Percebi que a palavra tinha a deixado mais assustada ainda do que a palavra “NÃO”. Mas “legião” não seria um nome. Fiquei curioso com a resposta dada e perguntei:
Por que “legião”? ― Perguntei curioso. Senti-me como um idiota, na lógica não sabia a quem estava perguntando, mas tive resposta.
O copo se moveu e formou a frase: P-O-R-Q-U-E/S-O-M-O-S/M-U-I-T-O-S. Cara, depois dessa resposta tinha percebido que era melhor ter ficado calado. Isso me deixou mais apavorado do que já estava, tive a impressão que a resposta tinha deixado todos apavorados também. Fiquei imaginando muitos espíritos ali. Só de imaginar ficava cada vez mais arrepiado. Porém, essa resposta além de muito medo que tinha me dado, me fez ficar mais curioso. “Muitos o quê?”, imaginei. Quando fui fazer esta pergunta, João a fizera. (Acredito que ele estava calado, mas sentido quase ou a mesma coisa que eu estava).
Muitos o quê? ― Perguntou timidamente João.
O copo por alguns instantes ficou parado. Ficamos olhando atentamente para ele. Até que veio a resposta: A-Q-U-I-L-O/Q-U-E/V-O-C-E-S/I-M-A-G-I-N-A-M. Essa resposta foi um pouco imprecisa, ou seja, naquele momento cada um poderia estar imaginando mil coisas. Eu tinha até medo do que estava imaginando. Acreditava que ali não estavam espíritos “bons”, muito pelo contrário.
Os arrepios e calafrios eram constantes. Senti as pernas titubearem constantemente. Olhei para o relógio e ainda marcava 20:11h, só havia passado uma hora, aquela brincadeira parecia que durara horas, o tempo nos pirraçava. De certo modo era bom, demoraria um pouco para meus pais chegarem em casa. Às vezes, ficava pensando se aquilo era tudo fruto da imaginação, mas ao olhar para a mão de Ellen, essa ideia se desfazia. O silêncio perdurou por uns três minutos, todos tentavam buscar no fundo de suas cabeças, qual a imaginação se encaixaria para os eventos que estavam acontecendo naquela noite. O silêncio foi quebrado por Guilherme, que tentando esclarecer suas dúvidas perguntou:
O que nos estamos pensando? ― perguntou.
O copo balançou e formou a frase: N-A-O/P-E-R-G-U-N-T-E/O/Q-U-E/N-A-O/P-O-D-E-M-O-S/R-E-S-P-O-N-D-E-R. Ué, porque não podiam responder? Estranho. Eles não poderiam responder a pergunta ou não poderiam ler nossos pensamentos? Uma vez me falaram que o “Demo” não podia ler os nossos pensamentos. Mas, ali não estavam demônios, oras, simplesmente espíritos. (Acho). Cara, só de pensar nessa possibilidade estremecia. Ellen, pela primeira vez, perguntou:
O que vocês querem com a gente? ― falou com a voz trêmula.
No mesmo instante o copo arrastou para as letras e formou a frase: N-A-D-A/V-O-C-E-S/N-O-S/C-H-A-M-A-R-A-M. Pior que era verdade. Eu com a minha ignorância e curiosidade. Pensei que seria uma “brincadeira” inofensiva. Sabe, depois desse tempo, percebi que as luzes em torno da minha casa não estavam mais acessas, a única luz que havia era a sala que nós estávamos. Não me lembro de tê-las apagado. Estranho. Aline, mais calma, perguntou:
Podemos sair do jogo? ― perguntou. Aquela pergunta parecia quase uma súplica.
― N-A-O, respondeu “Legião”, por meio do copo. Vi o rosto de Aline tremular. Ela estava com tanto tempo, quanto eu.
― Da onde vocês são? ― perguntei.
Neste momento, o copo balançou, balançou e não se mexeu. Insisti na mesma pergunta. Depois houve a resposta. Acho que iria preferir que não tivesse havido resposta.
― P-R-O-X-I-M-A/P-E-R-G-U-N-T-A, falou “Legião”.
Oras, esse tal de “Legião” nunca respondia nada e quando o fazia, eram respostas dúbias. Senti-me com uma cara de idiota. Essa brincadeira não tinha era nada legal. Queria que terminasse logo. Olhava impacientemente para o relógio, ainda eram 20:30.
Pedro e João se queixavam de dores nas pernas, pois já estávamos ali há algum tempo (bota tempo nisso!). Eu também já quase não sentia minhas pernas, elas estavam ficando dormentes de tanto ficar em pé. Pensei em pegar uma cadeira para sentar, mas o medo de acontecer algo era maior que qualquer dor. Resisti, aliás, resistimos e permanecemos de pé. Guilherme metralhava-me com um olhar de fúria, deveria imaginar que por minha culpa nós estamos naquela situação.
Aline tornou a perguntar a “Legião”:
Vocês tem um líder, com quem podemos falar? ― perguntou.
Fiquei imaginando o que Aline queria com o líder. Acredito que queria pedir para terminar o jogo (também esperava que fosse isso). O copo balançou e formou a frase: S-I-M/E-U/S-O-U/O/L-I-D-E-R/D-A/L-E-G-I-A-O. As esperanças de Aline e as minhas também se foram, a possibilidade de falar com o “manda-chuva” da “Legião” e pedir que acabasse com o jogo se esvaíram, pois já estávamos falando com ele. Ellen, novamente, perguntou o que eles queriam e a resposta foi à mesma, só que dessa vez, o chefe da “Legião”, disse que estava se divertindo com àquela situação. Se divertindo com o nosso medo. Putz! Depois dessa a ficha definitivamente caiu. O que estávamos lidando era algo tão sério, que por mais que eu não quisesse acreditar, eu já sabia: eram demônios realmente. Acredito a maioria ali presente já sabia disso também.
A sensação era horrível. Nunca tinha acreditado nessas coisas. Às vezes assistia à filmes de terror, mas sempre acreditei que isso não passava de ficção. Depois desta noite muita coisa iria mudar na minha vida, aliás, na de todos nós. Tomei coragem e fiz uma pergunta:
Afinal, o que vocês são? ― perguntei, já sabendo da resposta (só queria a confirmação).
A priori o copo não se mexeu. Insisti na pergunta e nada aconteceu. O silêncio da espera pela resposta foi quebrado pelo telefone que começara a tocar. Fiz sinal que iria atender a chamada, mas Aline, como em um pedido de súplica, pediu para que eu permanecesse onde estava. O telefone tocava insistentemente. O que aconteceu a seguir era totalmente fora do normal, não tinha explicação. Pude ouvir perfeitamente algo ou alguém imitando a minha voz e falando com a minha mãe que acabara de ligar para saber como eu estava.
Querido? Como você está? ― perguntou minha mãe.
Bem, mãe. Desculpe a demora, estava no banho. ― a “coisa” que imitava a voz respondeu. ― Estão aqui comigo alguns amigos. Vamos começar a brincar agora, será muito divertido. ― falou novamente a voz.
Ótimo, querido. Eu e seu pai iremos demorar um pouco mais. Cuide-se. Te amo. ― falou minha mãe, com uma voz super doce.
Também te amo, mamãe. Não se preocupe, iremos nos divertir muito. ― respondeu a voz calmamente.
Cara, todos estavam em um estado que nem sei ao certo descrever. Isso era totalmente fora da realidade. Quando a voz falava com a minha mãe tentei intervir, mas minha voz não saia, era como nos sonhos. Mas aquilo era real. Bem real. Aquela coisa disse que ainda iríamos começar a brincadeira. Do que ele estava falando? Pensei. Percebi que o Guilherme e João tremiam muito. A Aline conseguiu sair do estado em que estávamos e falou com “Legião”.

Continua...