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  • Creepypasta
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  • O Sanatório
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  • Stop Motion
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    Apenas um desenho...
    Até que ponto um simples desenho é inocente? Existem coisas macabras no mundo, e este vídeo certamente é uma dessas coisas. Confira! Leia Mais...

Minha vida em negro - Final

 E antes que pudéssemos pensar em alguma coisa, ela que estava meio de frente pro James o puxou pela blusa e deu mó beijo nele. Tudo bem, isso ninguém esperava. Acho que nem o próprio James que depois de alguns segundos fechou os olhos e respondeu o beijo dela que na real, eu nunca vi aquele garoto passar tanto tempo beijando alguém do jeito que ele estava beijando ela. Mas a reação do Jack era melhor, tipo, não dava pra saber se ele estava assustado, inconformado ou qualquer coisa do tipo enquanto uma garota de cabelo azul estava beijando o primo "emo" dele.
              Os dois se separaram umas duas vezes e na terceira foram cortando o beijo nos selinhos e eu estava ali do lado rindo da situação e lembrando da Audrey. Saudades da minha pequena...
Depois que os dois pararam com a pegação ficaram ali abraçadinhos e eu nunca vi o meu amigo tão vermelho. Tipo, ele tava mais vermelho que a minha camisa. Cara, eu não sei o que é pior agora: ficar com a estúpida da Tiffany e os meus pais ou ficar aqui de vela enquanto os dois se olham apaixonadinhos e de minutos e minutos começam a se agarrar, mesmo que de um jeito aparentemente todo delicado e talz. Dúvida difícil. Vou ligar pra minha pequena, talvez ela esteja livre hoje...
              Um, dois, três, quatro, cinco e seis toques. Nada. Ela deve estar em algum almoço com as irmãs. Não consigo esperar até segunda pra falar com ela e ter ela me abraçando de novo. Cristo, eu tenho estado muuuuuuuito carente de uns tempos pra cá. Culpa do amor!
              Encontrei um banco de pedra vago e me sentei ali, colocando os fones do meu Ipod prata em alguma música de metal pesado. Respirei fundo e olhei para o céu na vã esperança de que mais cedo ou mais tarde algo me faria voltar a sorrir do modo como eu não sorria há muito tempo. Tudo bem, eu bati meu récord em tempo longe das tentativas de suicídio, mas eu ainda tinha que me livrar de um lado da minha existência. Eu não sinto orgulho de tudo o que fiz e tudo o que não fiz, mas de certo modo, eu não me arrependo de nada do que fiz até hoje, além de ter entrado naquele mundo. Não me arrependo nem da primeira vez que manuseei uma calibre 42.
--Caralho Jake! Vai logo! Atira nesse merda!-- Sputnick gritava e eu tinha uma arma engatilhada na testa de um infeliz --- Acaba logo com isso porra! Para de agir que nem um gayzinho!
 -- Cala a boca porra! -- gritei irritado em resposta, passando a mão em baixo da minha boca que estava sangrando -- Deixa eu pensar
 -- Esse merda vai te matar! -- Sputnick ainda estava gritando e de certo modo, eu estava quase chorando com aquele infeliz ali -- Se ele fugir, não vai ter como os tiras te encobrirem!
 -- Por favor... Eu não te denuncio -- o cara que chamávamos de Hitchcook estava jogado no chão e gemia de dor, tentando falar -- Você é um cara legal Burry, não precisa fazer isso
 -- Vai me denunciar. Que nem fez com o Jefree -- murmurei sem deixar aparente que a minha voz estava embargada e que eu estava quase chorando e logo comecei a gritar -- PORRA HITCHCOOK! Você disse que ia manter em segredo! Você disse que ia dar cobertura porra! Quem sabe quem vai ser o próximo! E você ainda vem aqui com os seus amiguinhos me dar uma surra?! Vá pro inferno!
              E era o movimento, o tranco e o barulho. Outro barulho, o metal, a queda e o sangue. Eram cenas seguidas e foi rápido de mais para que eu pudesse parar. Sputnick estava gritando enquanto corríamos para longe e Hitchcook estava jogado no chão com o sangue empoçando no asfalto daquele beco na periferia da cidade, bem distante de onde a maioria de nós morávamos. Eu não iria olhar para trás. Eu apenas desengatilhei a arma e a coloquei de volta na calça e continuei correndo, o sangue escorrendo do canto da minha boca e as lágrimas irrompendo pelos cantos dos meus olhos.
              Pisquei com força e logo consegui espantar tais lembranças da minha mente. Eu odiava aquilo. Aquelas lembranças viviam voltando e pareciam sentir prazer em me fazer chegar a beira de um colapso nervoso. As vezes que cenas como estas passam na minha mente minha pressão sobe consideravelmente e eu entro em desespero, e geralmente, nesses desesperos é que vem minhas tentativas de suicídio, tentando eliminar essas lembranças.
              Meus pais já me levaram no psicólogo mas até hoje não teve resultados. Eu tive que tomar alguns comprimidos tarja preta e depois eu usei esses comprimidos pra tentar me suicidar. Infelizmente meu coração aguentou a queda de pressão e eu estou inteiro até hoje.
           Talvez morrer não seja algo tão ruim. Talvez seja apenas uma experiência pelo o qual todos iremos passar na vida e que não tem que ser tratada como se fosse algo errado. Eu estava sentindo meu coração ficar mais lento, mas meus pensamentos ainda estão funcionando. Ainda estou vivo. Só meus batimentos cardíacos que não parecem estar muito bem.
              Talvez sejam os remédios que eu tomei. Acho que foram sim, eu os tomei e depois minha mãe estava gritando e logo em seguida eu estava em uma ambulância e aqui estou. Com a respiração bem fraquinha, pensando lentamente e sentindo alguns choques enquanto parece ter um tumulto lá fora. Honestamente, talvez seja a minha hora.
              Minhas lembranças de Hitchcook, Jefree, Sputnick, Richardson, Rondger... Todos irão partir e eu estarei sorrindo por elas partirem e deixarem minha mente em paz. E minha avó estava errada. Ela disse que todos partem só depois de encontrarem o verdadeiro amor. Eu nunca encontrei e eu estou aqui, quase em leito de morte levando choques de um desfibrilador no meu peito quase sem sucesso. Minhas lembranças estão passando e de certo modo estou me sentindo um pouco drogado. Devem ser os remédios...
              É, eu ainda não encontrei o verdadeiro amor. Eu não vou morrer ainda, depois do terceiro choque minha consciência se recobrou completamente e estou de volta. É, não seria má idéia se eu tivesse partido.
              É, essa dos comprimidos foi a tentativa mais próxima do sucesso. Essa tentativa eu cheguei a passar um dia em coma e ao final desse um dia, eu tive uma parada cardíaca. Se eu tivesse morrido naquele momento eu não conheceria a Audrey, não teria me apaixonado por ela, não teria conhecido nem a Mandy e a Hayley e muito menos visto James e Jack se apaixonarem por elas, respectivamente. Mas pelo menos as lembranças de Hitchcook, Jefree, Sputnick, Richardson, Rondger e mais uma turma ai teriam sumido para sempre. Tudo bem, a essa altura eu estaria apodrecendo no inferno com Hitchcook, Jefree e Rondger mas pelo menos as lembranças sumiriam da minha mente.
              Ok, pensando que na Terra eu tenho meu melhor amigo e uma garota que acho que posso chamar de namorada e que morro de amores. É, acho que a chance de eu morrer agora é maior...