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    Apenas um desenho...
    Até que ponto um simples desenho é inocente? Existem coisas macabras no mundo, e este vídeo certamente é uma dessas coisas. Confira! Leia Mais...

Minha vida em negro - Parte 5

              A garota ia a minha frente e logo notou meu olhar confuso devido às minhas várias perguntas que me rondavam e ecoavam em minha mente naquele momento e logo riu discretamente e quando entramos no porão, tranquei a porta e ela parou a minha frente, roubando-me um selinho que eu desejava que tivesse durado mais...
 -- Antes que pergunte, não foi sua mãe que disse para virmos para cá. Fui eu quem queria vir, por saber que havia um piano aqui, e não quis vir sozinha.
 -- Você toca? -- perguntei curioso, não sabia que ela tocava piano -- Desde quando?
 -- Desde os oito anos. Minha avó me ensinou o que pôde e depois ela e minha mãe me colocaram em uma escola pra aprender profissionalmente -- explicou ela enquanto abria os tampos do piano e tirava a proteção das teclas, convidando-me para sentar com ela
 -- Sua relação com seu pai não é muito boa não é? -- perguntei incerto de minha pergunta e ela nada respondeu, apenas começou a tocar uma melodia suave que ecoava por todo porão e me trazia uma estranha sensação de conforto.
 -- Na média... -- respondeu vagamente após alguns instantes, ainda encarando o piano e tocando a tal melodia -- Moro com a minha mãe e de sexta a segunda eu fico com meu pai, mas ele vive de viagens. Não hoveram muitas chances de sentar e conversar com ele nos ultimos 15 anos da minha vida.
 -- Seus pais são separados desde os seus três anos?
 -- Sim. Minha mãe sempre foi mais independente e apesar de tudo, ela era meio inconsequente na época. Já estava na faculdade  mas não esperava exatamente que fosse ter uma filha com o namorado da época.
 -- Um pouco complicado isso -- eu disse encarando as teclas e suas mãos enquanto tocavam aquela melodia -- Você tem sorte...
 -- Por quê? -- ela logo encerrou a melodia em notas mais agudas e logo tornou seu rosto a mim -- Qual é a sorte em ter uma familia um tanto desestruturada desse modo?
 -- Sua familia é melhor estruturada que a minha, acredite. -- suspirei pesadamente e passei os dedos lentamente pelas teclas e logo pousei a cabeça em seu ombro -- Meus pais tem um casamento de fachada e esperam o tempo todo que eu esteja guardando esse segredo de todos. Você tem sorte, sua familia pode até estar separada, mas pelo menos te dá amor, se importa com você e lembra de coisas importantes pra você...
 -- Mas seus avós não se importam com você? James não se importa com você? -- ela dizia isto profundamente em meus olhos e tinha a mão pousada em meu rosto e acariciava minha bochecha lentamente com o polegar -- Não deixe que seus pais estraguem sua vida Jake...
 -- Como consegue ser tão confiante assim Audrey? Sempre sorrindo, mesmo quando tudo está desmoronando?
 -- Porque consigo pensar que há alguem com problemas piores que os meus, precisando de ajuda. -- ela sorriu e segurou minha mão, me fazendo corar -- E sei que se eu ficar me remoendo com os meus problemas, não poderei ajudar outro alguém.
 -- É uma boa filosofia.
              Esbocei um meio sorriso e logo a levei para o local onde havia o tapete e deitei-me ali naquela deliciosa plumagem, trazendo-a para deitar-se meu lado, mesmo que ela se sentisse um tanto desconfortável com isso. Eu estava gostando daquele tempo que estava passando sozinho com ela e no instante que lembrei-me do que havia dito para ela, que se pudesse passaria a noite toda a seu lado, apenas nós dois, ela me olhou e esboçou um sorriso, deitando sua cabeça em meu peito, exatamente sobre meu coração, que batia descompassadamente naquele instante, aparentemente falhando em algumas batidas.
              Sorria internamente enquanto fazia um doce carinho em seus longos cabelos negros, tão desfiados quanto os meus, e sentia que ela fazia o mesmo em minha barriga, me fazendo arrepiar. E logo ela apoiou a cabeça sobre a mão, virando-se para mim e fitando-me profundamente nos olhos.
 -- Algo a dizer? -- perguntei casualmente, tentando não parecer muito ansioso, o que não deu muito certo
 -- Eu me importo com você -- ela simplesmente murmurou e pousou seus lábios sobre os meus outra vez -- Por isso estou do seu lado. Você é um ótimo cara, não merece ter que guardar todos os segredos dos seus pais. Não precisa estragar sua vida com isso...
 -- Audrey... -- murmurei antes que ela pudesse continuar e logo ela parou, dando-me permissão para falar -- Posso te pedir uma coisa? -- ela assentiu com a cabeça e prossegui -- Me beija?
              Por um instante ela até pareceu surpresa, mas logo pôs todo seu corpo sobre o meu e selou nossos lábios outra vez e desta vez a segurei, não deixando-a nos separar outra vez. Por mais que eu não quisesse admitir, eu estava começando a me tornar sériamente dependente dos beijos dela e dela. Haviam poucos dias que nos conheciamos, mas ela já estava virando um vício que eu não queria perder.
 Três horas mais tarde ainda estavamos deitados ali. Ela deitada sobre mim com a cabeça em meu peito e os dedos entrelaçados com os meus enquanto eu acariciava seu cabelo delicadamente. Algo beeeem raro vindo de mim. Passamos mais alguns instantes assim e ela logo me veio com uma pergunta um tanto "complicada" de responder. O que eu ficava fazendo nos outros jantares que eu nunca estava lá.
 -- Er...É complicado de explicar Audrey -- dei um sorriso meio sem graça, não queria contar pra ela o que eu realmente fazia fora de lá
 -- Eu acredito que consigo acompanhar a linha de raciocínio -- ela deu um meio sorriso confiante e suspirei -- Minha mãe é psicóloga Jake. Sei que quando um  ser humano normal diz que algo é complicado de explicar, é porque é algo ruim, constrangedor ou embaraçante.
 -- Na realidade, é algo ruim que eu prefiro não te contar porque se eu te contar você, por ter esse gênio de psicóloga, vai acabar se envolvendo. E por ser um pouco perigoso também, não quero que se envolva.
 -- O que você me contar vai me envolver?
 -- Olha Audrey -- sentei-me no tapete e segurei ambas as suas mãos na altura de seu peito e comecei a fitá-la intensamente, afinal, a última coisa que eu queria era que ela se envolvesse nesse mundo que eu havia me envolvido -- Eu sei que você vai querer se envolver. Sei que por esse lado de psicóloga seu, você vai querer a fundo pra tentar entender as razões e as motivações das pessoas que estão no meio disso e realmente não posso deixar que você se envolva. Tenho medo do que possa acontecer se você se envolver. -- Audrey me apertou as mãos e pôs uma em meu rosto, deslizando lentamente seus dedos finos por lá e fechei os olhos lentamente com o contato
 -- Não vai acontecer nada Jake. Nada vai me separar de você e nada vai fazer mal a nós dois enquanto estivermos juntos.
 -- Tenho medo que comece quando descobrirem que estamos juntos.
 -- Não vão Jake...
              Antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa sequer, puxei-a para perto em um distância perigosa e ela passou as mãos por minha nuca e nos beijamos outra vez enquanto eu pressionava meus dedos em sua cintura, quase cravando-os em sua pele por cima do vestido. Eu não queria que ela se envolvesse com o que eu me envolvia. Eu não queria que ela participasse da vida que eu vivia. Havia me apegado muito a ela para deixá-la fazer parte deste mundinho sujo que eu vivia. Ela era meu melhor vício e eu não poderia perdê-la a custo nenhum.
              O ar se fizera necessário a nós dois e ela mordeu delicamente meu lábio inferior, consequentemente movendo meus piercings e fazendo com que eu sentisse toda uma corrente elétrica passasse por minhas terminações nervosas e me fez ofegar. Literalmente meu coração havia falhado em uma batida. E ao ver minha reação e a falta de ar -- que eu juro que quero saber o porquê de existir -- nos afastamos ligeiramente e Audrey sorriu inocente, colando a testa na minha e selando meus lábios por um segundo que juro que pude dizer que durou a eternidade.
              Ter ela comigo já era uma sentença a eternidade.
              Levantou lentamente e logo me estendeu as mãos para que eu também levantasse. Logo eu já estava de pé e acabei por ver a hora, notando há quanto estávamos lá. Suspirei profundamente e envolvi sua cintura com meus braços e ela manteve as mãos espalmadas em meu peito e a puxei para o que eu sabia que seria o último beijo de nossa noite.
Na manhã seguinte eu estava completamente enrolado nos cobertores da minha cama enquanto gemia baixo, deliciando-me com a cena que se passava no meu sonho, tudo o que poderia ter havido entre nós dois na noite de ontem. Qual é vai? Eu tenho direito de pensar coisas pervertidas a respeito de uma garota. Tenho 17 anos...
              Mas como era sonho e nada que é bom dura pra sempre, minha mãe decidiu aparecer na melhor parte do sonho, para me fazer acordar bruscamente. Me cutucando com sua "delicada" unha triangular. Mordi o lábio inferior e meus piercings com força e enfiei o rosto no travesseiro o máximo que pude e minha mãe continuou a me cutucar, dizendo que era hora de eu acordar para sairmos. Para onde é que aquela mulher ia me levar? Pro shopping?
 -- Vamos lá Jake. Hoje vamos ter um piquenique no parque com um dos sócios do seu pai e sua familia. Precisamos sair para arrumar algo para você vestir
 -- Mãe -- resmunguei, erguendo apenas um pouco o rosto -- Eu tenho quase a mesma quantidade de roupa que você. Certeza que é necessário a gente sair pra comprar roupa pra mim?
 -- Jake Von DeBurry - lá vem. Quando ela me chama pelo nome completo é porque vai começar a passar sermão -- Você sabe que é filho de um dos mais importantes empresários de todos os EUA e sabe perfeitamente que devido a este fato, nós devemos estar interminávelmente impecáveis. Você sabe perfeitamente que a sociedade...
 -- ... exige que tenhamos os mais altos padrões de estilo e vida...
 -- Então você não tem o mínimo direito de aparecer na frente dos sócios repetindo roupa e se vestindo como um qualquer. Além do mais, o Sr. Hashvitz, tem uma filha da sua idade. Ótima garota e faria muito bem para você.
 -- Não está falando da Tiffany não é mãe?
 -- Sim! Ela não é adorável? Vocês formam um par lindo!
 -- Mãe...-- sentei-me na cama e passando as mãos por meus ombros nus e por minha nuca finalmente a encarei com a maior cara de cinismo que minha descência permitia -- Eu detesto ela. A vida dela é pentelhar para o meu lado e eu detesto profundamente isso. Vou me ajeitar para ficar apresentável para o sócio do pai, mas não vou ficar irresistível pra aquela pentelha.
 -- Tudo bem -- minha mãe suspirou pesadamente vendo que eu não cederia a suas sugestões e logo retirou-se do quarto, parando a porta -- Arrume-se então. 13h nós vamos estar no parque já.
 -- Tudo bem mãe. Tudo bem.
              Respondi de modo  automático e logo ela estava fora do quarto e eu parado no centro do mesmo, encarando o nada, com minha calça de moletom preta arrastando a barra no chão e passava meus dedos lentamente por minha cintura, apenas para me esticar um pouco. Logo que terminei com meu ritual, me joguei na cama outra vez e abracei o travesseiro. Aquilo era patético, até para mim. Mas o que eu era naquele momento? O que eu era além de um moleque problemático e apaixonado por uma garota que o pai me cortaria o pescoço caso eu fizesse algo? É, eu não era nada além disto.
              Passei mais alguns instantes rolando na cama, deliciando-me outra vez com as cenas que haviam em minha mente. As cenas do moletom da Audrey escorregando por seus ombros, junto a suas jeans largas que escorregariam como a mais maleável seda e então eu poderia retirar a camiseta -- de qualquer banda que eu não me interesso em saber -- de seu corpo com leveza e logo seu corpo se escorregando por de baixo do meu...
              Desgraça de merda de celular filha da puta que só sabe tocar na hora H!!!
-- Fala filho da puta -- resmunguei ao atender o telefone, era Jack
 -- Como sempre com sua educação clássica Jake -- a voz esganiçada do meu amigo loiro soou do outro lado da linha, rindo como sempre -- Então desgraça, eu liguei para perguntar se você tava afim de vir comigo e com os caras no parque hoje a tarde
 -- Jack eu te adoro cara! -- exclamei fazendo um sinal de aleluia com as mãos -- Ja vou estar lá com meus pais e os sócios deles. Escapo e vou com vocês.
 -- Beleza man! A gente se encontra lá!
              Ri da animação de Jack e logo ambos desligamos o telefone. Saltei da cama e corri para meu guarda roupa pegando minha roupa favorita para essas situações. Uma regata branca, black jeans e camisa xadrez. Minha mãe DETESTA profundamente essa minha roupa mas foda-se, eu vou pro parque da cidade, não pra algum evento de gala.
              Jack e James são primos e Jack é o mais velho, tem 21 anos. James é o cara com quem adoramos zoar sobre tudo e todos. Jack já é o mais velho que arruma bebida para todos nós e que sempre consegue nossos grandes goles de Jack Daniel's, talvez por isso seu nome seja Jack. Olhei a hora de novo no celular e parei para notar que havia uma mensagem não lida. Fui abrí-la e logo minha mãe entrou no quarto gritando, avisando que se eu demorasse mais um instante sequer, nos atrasaríamos. Joguei o celular no bolso, mal vendo de quem era a mensagem. Como eu já estava pronto, desci e vi algo que nunca imaginei ver: meu pai de calça jeans.
              Chegamos ao parque e logo que passamos o portão de metal enferrujado pintado avistei aquela cabeleira loira falsificada e amarelada saltitante presa em duas trancinhas com uma camisa xadrez com um nó na ponta. Caramba, nós NÃO estamos em junho. Nem ao menos vivemos em um país onde exista festa juninas! Não é um negócio exclusivo do Brasil isso? Por que é então que essa menina se veste como se estivéssemos lá? Cara, não estamos no Rio de Janeiro, estamos em Nova Jersey, bom dia loira oxigenada!
              Aff, gente retardada e privada de bom senso me irrita, é sério.
              Enquanto a retardada parecia um cachorrindo do meu lado, que seu eu falasse "Vai lá pegar Totó" ela iria, eu estava rondando os olhos pelo parque, na esperança que encontrasse Jack, James, ou qualquer um para o qual eu pudesse correr. Infelizmente não encontrei nenhum deles e a única pessoa que parece ter visto minha cara de desespero foi uma garota de cabelos azuis e pele bem branca, que sorriu confidente pra mim da árvore em que ela estava sentada. Sorriu divertidamente outra vez e depois de alguns instantes decidi ver o porquê de essa garota sorrir tanto. Eu não tava contando nenhuma piada.
              Fui em sua direção e a garota desceu da árvore, caindo clássicamente sem desarrumar a roupa básica que usava e sem encostar um dos joelhos sequer no chão e recostou-se na mesma. Ok, aquilo me deixou um pouco assustado. Ela era uma gata, uma felina qualquer ou o que?
 -- Não se assuste com a precisão que eu cai no chão, isso é treino de muito tempo. -- ela riu e passou a mão pelos cabelos azuis extremamente chamativos -- Bom, falta de educação minha não me apresentar. Meu nome é Amanda Singer, mas sinta-se a vontade para me chamar de Mandy. E você?
 -- Jake Von DeBurry, prazer em conhecê-la Mandy. -- estendi a mão e ela a apertou educadamente. É, ela tinha certa classe. -- Então Mandy, por que estava me observando?
 -- Bom, eu não tinha nada pra fazer e decidi ficar lá em cima. Mas acabou acontecendo que enquanto eu tava ali brisando, eu acabei vendo sua cara de desesperado, meio que procurando alguém. Então né? Fiz uma pequena colaboração -- ela riu e acabei rindo por imaginar o quão desesperada a minha cara estava.
 -- Obrigada, tava muito na cara o meu desespero?
 -- Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito! -- ela disse rindo e eu acabei corando, mesmo que eu mal conhecesse era um pouco vergonhoso estar completamente desesperado na frente de uma menina -- E relaxa, não vou te entregar pra ninguem e...
              Antes que eu pudesse entender o possível porquê da Mandy ter ficado quieta e virei pra ver quem estava na direção em que ela olhava. Era James com seu cabelo preto espetado e com uma leve franja. Posso saber o que está rolando aqui? Me virei e ele me reconheceu e nos cumprimentamos enquanto Mandy ainda estava parada na árvore com aquele jeito meio descontraído, mas que ainda era possível ver um pouco de cor em suas bochechas. Por acaso ela está afim dele?
 -- E ae man! Achei que não ia te encontrar nunca -- James berrou enquanto nos cumprimentávamos e logo olhou sem graça para trás -- O-oi!
 -- Oi -- a garota que estava atrás de mim responder, é ela estava afim dele e ele também
 -- E ae cara! -- exclamei tentando cortar aquele clima estranho antes que eu ficasse de vela -- Também achei que nunca ia te encontrar. Enfim, vocês já se conhecem? -- ambos negaram com a cabeça, ainda sem graça -- Bom, Mandy esse é o meu melhor amigo James e James essa é uma amiga minha, a Mandy.
 -- Prazer Mandy -- meu amigo aparentemente saiu do transe que os cabelos azuis dela o prenderam e estendeu a mão para ela, e logo que ela segurou sua mão, parecia que não soltariam mais -- Er... Bom, nós íamos pra pista ali do outro lado do parque, quer vir com a gente?
 -- Vamo lá Mandy -- lhe dei um leve cutucão e ela corou ao ver minha intenção, assim lhe mandei uma piscadela -- Não vai fazer mal a ninguém.
 -- Tudo bem então
              A garota de cabelo azul concordou e James fez questão de ir de mãos dadas com ela, me fazendo rir descontroladamente. James Hilsen não é e nunca foi o tipo de cara que chama uma garota pra andar com a gente, fica vermelho quando faz isso e ainda a leva de mãos dadas. O mundo está entrando em decadência. Tuuudo bem, eu não posso falar nada porque eu também estou meio apaixonado e meio idiotão. Odeio quando eu acabo sendo hipócrita nessas situações e ainda quero zoar meus amigos. Enfim, isso não vem ao caso.
Bem na hora que eu estava andando com James e Mandy, mas um pouco mais atrás, o demônio decidiu me seguir. Sim, o demônio tem nome e se chama Tiffany Hashvitz. Aquela criatura começou a me seguir e fiz questão de andar mais rápido, até mesmo porque aquele casal de pombinhos estava me irritando de tão lentos que estavam. S.O.S.!
              Cheguei a pista e antes que eu pudesse me refugiar atrás de alguém, todos estavam assistindo algo ou alguém do alto da rampa. Quem era a carne nova e que estava fazendo Jack Hipster babar que nem um cachorrinho com problemas salivares? Parei ao lado dele e fiquei vendo que era um garoto de boné e que estava andando estupidamente bem. Admito, o cara andava bem pra caramba. Perae, não é um cara!
              Na hora que chegou no alto deu para ver que o "cara" tinha peitos. Era uma menina que estava andando daquele jeito??? Uau.
              A garota parou do lado que estávamos e passou do lado do Jack dizendo que ele estava devendo cinquenta pratas para ela. Tiffany nunca chegaria perto enquanto Jack estivesse ali, ela tinha medo dele. Sei lá. Algo do tipo. A garota desceu a escadaria e fui falar com ela. Tinha cabelos castanhos escuros compridos e que no sol assumiam uma coloração aloirada e eram cobertos por um boné preto de aba reta dos Yankees, usava um shorts justo a suas pernas levemente grossas e uma camiseta larga e preta do Green Day. Estilosa hein?
              Mas fala sério, o Jack! Paquerando essa garota?! Só pode ser piada.
              Tipo, o Jack é um cara que só se interessa por menininhas fúteis, tipo Tiffanys da vida, e que tenham mais peito e bunda do que cérebro, e que saiam andando atrás dele que nem cachorrinhas na coleira. Não uma menina que aparentemente apostou com ele a respeito de uma manobra. Aquela lá tinha que ser beeeem poderosa para fazer ele cair babando na palma da mão dela. Vi a garota passar por nós e descer e simplesmente fui atrás dela. Não que eu estivesse interesssado, mas é muuuuuuuito interessante encontrar uma garota por aqui que ande de skate tão bem quanto ela. Vi que ela parou perto de Mandy e parei junto. Elas se conheciam há quanto tempo?
 -- Arrasando corações de novo Hay? Sua mãe já não disse que era pra você não fazer isso? -- Mandy perguntou enquanto elas faziam todo um aperto de mão
 -- Vocês se conhecem? -- eu e James perguntamos confusos
 -- Sim! -- disseram em uníssono e Mandy continuou -- Ela é minha melhor amiga e está de intercâmbio por aqui.
 -- E de quebra ainda deu uma lição nos caras -- disse entusiasmado -- Você foi ótima garota!
 -- Valeu! -- a morena disse sorrindo e vi o par de esmeraldas reluzindo enquanto ela sorria, ela é muito bonita -- E qual é o nome de vocês?
 -- Eu sou o Jake e esse aqui com a Mandy é o meu melhor amigo James.
 -- Prazer -- ela estendeu a mão e cumprimentou nós dois -- Meu nome é Hayley e vim de Londres.
 -- Caraca, lá é muuuuuito legal! -- disse animado, e ela me ergueu uma sobrancelha, confusa -- Tipo, eu fui pra lá uma vez há alguns anos e lá tem umas coisas muito legais, meeesmo!
 -- Legal isso e... -- ela parece ter encontrado alguem com os olhos que logo os revirou -- O diabo chegou e eu to partindo...
 -- Queem que é o diabo? -- Mandy perguntou em voz alta o que todos nos questionávamos
 -- Aquele mala lá -- Hayley disse colocando o skate debaixo do pé -- Ele apostou comigo que eu não conseguiria fazer um flip completo no skate e ae ele perdeu a aposta e está me devendo 70 contos até quarta feira.
 -- O Jack perdeu uma aposta pra uma garota? -- eu e James nos entreolhamos e começamos a gargalhar descontroladamente, era engraçada demais a idéa -- Ele realmente perdeu uma aposta pra você?!
 -- Garotos, qual é a graça? -- Mandy pergunto séria
 -- A graça é que o Jack, esse cara com quem você apostou, nunca perdeu uma aposta na vida. E logo a aposta que ele perde é pra uma menina a respeito de skate. É dificil não rir disso. Ainda mais se vocês conhecessem o Jack do jeito que a gente conhece.
 -- Conhecem bem ele?
 -- Sim -- James respondeu -- Ele é primo meu.
 -- Ele é um babaca! -- afirmou Hayley convictamente -- Além do mais, pra tudo na vida tem uma primeira vez
 -- Ele é um idiota mesmo -- afirmei rindo e James continuou -- Mas tirando essa parte ele é bem decente...
 -- Deculpa, ele vai precisar de mais do que decência pra me fazer esquecer a aposta. -- a morena disse rindo -- Então to indo. Ah e James, avisa pro seu primo que ele está me devendo 70 contos até quarta. Tchaauzinho gente e depois a gente tem que conversar Mandy! --  e ela se foi pela praça e virou em uma curva que depois não a vimos mais
 -- Então, o que eu perdi? -- Jack chegou em seu melhor estilo ajeitando o cabelo loiro -- Vocês conhecem aquela gata que conseguiu dar o flip?! Manow, ela é muuuuuito gostosa! Ela é eu não fico sem pegar!
 -- Tudo bem garanhão -- eu disse irônico tocando em seu ombro -- Você paga os 70 dólares que você está devendo da aposta pra ela e depois você tenta pegar ela.
 -- Eu não perdi nenhuma aposta. Ainda mais pra uma gata que nem ela -- Jack disse todo imponente, ele perdeu sim -- E ae James arrumou uma namorada?
 -- Não sou namorada dele -- Mandy rebateu em tom firme, mas ainda sim corada -- Sou amiga dele e do Jake. Meu nome é Amanda Singer. E você é o Jack não é?
 -- Opa, gatinha do cabelo azul está bem informada -- Cristo, toda garota que aparece esse cara da em cima! -- E já que você não é namorada dele, por que não vem dar uma volta comigo?
 -- O fato de eu não estar namorando com seu primo não quer dizer que eu não esteja acompanhada -- Hã? Ela está?
 -- Aé? -- lá vem o Jack duvidar de uma garota de novo
 -- Sim
 -- De quem? -- dessa vez eu, Jack e James que perguntamos em uníssono