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    Apenas um desenho...
    Até que ponto um simples desenho é inocente? Existem coisas macabras no mundo, e este vídeo certamente é uma dessas coisas. Confira! Leia Mais...

Ouija, o jogo

Ouija, o jogo - Parte IIII



Não vou mentir, estava super balançado. Não sabia o que fazer, claro que não iria trocar minha alma. Estava tentando ganhar tempo para os outros conseguirem ajuda e conseguir me tirar daqui. Temia que pudesse ser tarde demais. Se eu topasse a proposta de Lúcifer, seria um dos homens mais ricos do planeta, quem dirá, o mais rico, mas se eu não topasse, tinha a plena convicção que aconteceria alguma coisa comigo e, pior, a Ellen morreria.
Cara, ele sabia como ninguém convencer uma pessoa, tinha uma lábia muito boa. Mas tenho uma coisa em mim, sou difícil para cair em conversas desse tipo, minha mãe sempre me dizia: “você é osso duro de roer”. Nunca caia no papo do aviãozinho para tomar remédios. Espero que essa ajuda chegue logo, aliás, espero que alguém tenha a ideia de buscar ajuda para mim, e, sobretudo, que alguém acredite neles, pensei. Por um instante pensei que Lúcifer tinha ido embora, o silêncio permaneceu. Chamei-o e não ouvia resposta do telefone. Neste instante ouço a campainha tocar. Minha ajuda chegou!, pensei. Ao abrir a porta, deparei-me com um homem alto de vestido com um sobretudo e chapéu pretos, ele estava de cabeça baixa.
Pois não, o que deseja? ― perguntei.
Sou eu criança, ainda não terminamos. ― respondeu-me.
Lúcifer havia encontrado outro receptáculo. Ele adentrou na minha casa e sentou no sofá.







Restaurante Palace, centro da cidade. 22:18h.

Já estava zonza com o efeito do álcool. John, meu marido, estava rindo e colocando mais vinho no meu cálice.
Amor, chega. Já passei do meu limite. ― falei rindo.
Está bem, querida, você quem sabe. ― respondeu-me.
Sabe amor... temos um filho tão lindo e inteligente, acho que ele já está na idade de saber a verdade... ― falei.
Julia, ainda está cedo para isso, ele pode não compreender. Apesar de quê, isso é passado, querida. E aquilo não vai acontecer novamente. ― disse tranquilamente.
Não sei, John, às vezes sinto que escondo alguma coisa dele e me sinto mal, sabia? ― falei.
Eu sei, amor. Deixemos isso para depois, tudo bem? Vamos nos divertir aqui, que ele está se divertindo em casa com os amigos. ― falou John.
Quando John terminou de falar, senti um arrepio, um mau pressentimento. Não gostei daquilo. A última vez que senti isso foi quando... ah, deixa pra lá. Levantei-me e fui ao banheiro, meio zonza. Abri a porta e entrei. O banheiro estava vazio. Fui até a pia, abri a torneira, abaixei e molhei meu rosto. Quando levantei e me olhei no espelho, senti um vulto passar atrás de mim. Virei-me e não vi ninguém. Olhei novamente para o espelho e dessa vez vi nitidamente Gabriel, o anjo. Ele estava vestido com uma camiseta vermelha e calça jeans. Seu rosto estava sério.
Você me assustou, Gabriel. ― falei aliviada. ― O que aconteceu? ― perguntei.
Ele voltou, Julia. ― respondeu-me. ― E está na sua casa, com seu filho. ― falou.
Meu estômago gelou. Engoli seco.
O quê?! ― falei assustada. ― Com o meu filho? Porque você não o impediu? ― perguntei.
Desculpe, Julia. Ele criou barreiras entorno da casa e não pude entrar. E também ele foi invocado por alguém de dentro. Isso deu mais força sobre a proteção que ele fizera. ― respondeu-me.
O quê? Invocado? Não é possível! Isso não está acontecendo, Gabriel! Você precisa fazer alguma coisa! Meu filho está lá dentro com aquele demônio. ― falei desesperada.
Calma, Júlia. Seu filho está se saindo bem, mas por enquanto. Posso sentir. Ele é um garoto esperto, puxou a você. ― falou tentando me acalmar.
Gabriel, isso é terrível. Meu filho é muito novo para passar por isso! Você sabe que ele é vingativo. Ele vai querer descontar no meu filho o que fizemos com ele no passado. ― falei.
Aquela situação me deixara confusa. Por um lado estava aliviada por saber que meu filho estava se saindo bem, por outro lado, só em saber que Lúcifer estava com ele e o que poderia fazer com ele, me deixava atordoada.
O que vamos fazer, Gabriel? ― perguntei.
Vamos terminar o que começamos há oito anos, Julia. Mandá-lo para o inferno e deixá-lo lá.
Deus irá nos ajudar, pensei.
Você ainda tem aquela pedra, Julia? ― perguntou Gabriel.
A Kalépsia? ― respondi.
Sim, ela mesma. Vamos precisar muito dela. ― falou Gabriel.
A Kalépsia era uma pedra do tamanho de uma bola de golf. Era um material encontrado no mais profundo dos oceanos. Seu brilho era tão intenso que se olhássemos diretamente para ela corria-se o risco de ficar cego. A Kalépsia afastava qualquer espírito das trevas, afinal, eles não gostam da luz. Eu tinha enterrado ela dentro de uma caixa de chumbo no quintal de casa. Só eu sabia onde ela estava enterrada.
Ela está en... ― tentei falar, mas Gabriel me impedira com um toque gentil sobre meus lábios.
Não fale, só haja na hora, pois há dois deles aqui. ― respondeu.
Está bem. Vamos pegar o John e ir logo... ― falei.
Não. Só irá você e eu. Lá será muito arriscado para o John, da outra vez ele quase morreu, lembra-se? ― alertou-me Gabriel.
Mas não posso sair assim, tenho que dar alguma explicação. ― falei.
Não se preocupe Julia. Pode deixar que ele não irá notar a sua ausência. ― respondeu.
Sai do banheiro sozinha, quando cheguei do lado de fora Gabriel já estava a minha espera. Olhei para a mesa que John estava e me vi lá. Inacreditável! Gabriel conseguiu fazer um clone meu e deixá-lo com o John até tudo estar acabado.
Vamos? ― falou Gabriel.
Tele-transporte? ― perguntei.
Não posso me esforçar muito, Julia, desculpe. Vamos ter que ir de táxi Quanto tempo levará até chegarmos lá? ― perguntou-me Gabriel.
Hum, acho que uns 20 minutos. ― respondi.
Não, vai demorar demais. ― falou.
Gabriel segurou meu braço e num piscar de olhos já estávamos na rua da minha casa. Corremos e paramos na frente da casa. A rua estava deserta. Sentia frio, mas os termômetros marcavam uns 28ºC. Só havia uma luz acessa dentro da casa, conseguia enxergar por uma brecha. Tudo em torno dela estava escuro, era como uma grande cerca de fumaça negra. Não eram as luzes que estavam apagadas, mas sim as trevas que ali reinavam.
Sentia que Gabriel estava cambaleando. Acho que se esforçara demais com o tele-transporte. A cada vez que nos aproximávamos sentia um frio maior ainda, acho que era pela quantidade de espíritos malignos ali.
Gabriel? ― falei. ― Você está bem? Esforçou-se demais, querido. ― falei gentilmente.
Tudo bem, vou ficar bem, já passei por situações piores. ― respondeu-me com um leve sorriso no rosto.
Como vamos fazer para entrar, Gabriel? ― perguntei.
Eu não poderei passar até essa barreira estiver aqui. Você vai ter que passar e buscar a Kalépsia. Quando estiver com ela em mãos, traga-a aqui e deixe o resto comigo, mais uma coisa: não abra a caixa. Eu aumentei os poderes da pedra, se você abrir irá se desintegrar na hora. ― falou.
Aumentou os poderes? ― perguntei.
Sim. Tirei parte dos meus e passei para a pedra, assim mandaremos Lúcifer de uma vez por todas para o lugar mais profundo do abismo. ― respondeu-me.
Mas como eu vou passar, Gabriel? ― falei. ― Se eu ultrapassar essa barreira eles irão me pegar, precisamos de algo que os distraia enquanto pego a Kalépsia. ― falei.
Nós os distrairemos, D. Julia. ― falou Aline, que acabara de chegar com o restante do grupo. ― Voltamos para ajudar o Michael. ― disse Pedro.
Michael, meu filho, é um garoto esperto e lindo. Tenho a certeza que sairemos bem dessa situação. Ouvi confusa a ideia que Aline tinha proposto. Era arriscado demais colocar essas crianças com aqueles demônios. O pior que nem eu e nem o Gabriel tínhamos outra ideia de como passar pela proteção criada por Lúcifer.
Isso é arriscado demais, Aline. Vocês podem se machucar... ― falei.
Não se preocupe, D. Júlia. Nós estávamos lá dentro com o Michael, Lúcifer nos deixou sair. Em troca quer a alma do Michael. ― falou-me