• Edward Modrake
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    O Príncipe Duas Faces
    Edward Mordrake é um caso raro da medicina. Aristocrata do século XIX, nasceu com uma face atrás da cabeça. Dizia que ela lhe sussurrava coisas que só podiam vir do inferno... Leia Mais...
  • Pacto de Ódio
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    Anjos e Vampiros
    Anjos e vampiros não podem se amar. Mestiços não podem existir. Leia Mais...
  • Creepypasta
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  • O Sanatório
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    O Sanatório de Waverly Hills
    Um grupo de estudantes de paranormalidade resolve explorar o sanatório mais assombrado do mundo. Você tem coragem para ver o que aconteceu a eles? Leia Mais...
  • Stop Motion
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    Apenas um desenho...
    Até que ponto um simples desenho é inocente? Existem coisas macabras no mundo, e este vídeo certamente é uma dessas coisas. Confira! Leia Mais...

Minha vida em negro - Parte 4

Acabei por cair no sono por mais ou menos duas horas e acordei com meu celular gritando Black Veil Brides de um lado e minha mãe gritando do outro. James estava me ligando para me chamar para beber e mamãe querida estava me lembrando que eu não havia almoçado, mesmo tendo pedido para Maria me preparar panquecas. Ae gênio, vai comer panquecas de carne requentada. Joguei minha camisa de flanela em cima e ajeitei a franja, logo descendo para comer. Minha mãe já ia me matar mesmo, descer descalço não adicionaria muito na bronca dela. E sim, minha mãe MORRE de ódio quando fico andando descalço pela casa, apesar do piso estar eternamente liso e brilhante.
 -- Desculpe a demora -- respondi neutro, ecarando o chão -- Acabei dormindo
 -- Sem problemas senhor. -- Maria respondeu educadamente --  Quer que eu as refaça? Que elas esfriaram
 -- Não precisa. Só requenta pra mim por favor?
 -- Pode deixar senhor
 -- Obrigado Maria. -- é, eu sou mais educado com os meus empregados do que com os meus pais -- Ah e Maria posso te perguntar uma coisa?
 -- Pode sim senhor.
 -- É sobre os Glaustburry. Você sabe o nome das três meninas que o casal tem?
 -- Bom, a mais velha, que já está noiva, é a Cassandra; a mais novinha, que senão me engano o senhor a trata como irmã mais nova que você nunca teve é a Stella e a do meio, que mudou-se recentemente para o mesmo colégio que o senhor, se a memória não me falha, o nome é Audrey.
 -- A-Audrey? -- perguntei engolindo em seco
 -- Sim. Mas ela é filha da ex-esposa do Sr. Glaustburry. Filha de uma ilustre psicóloga, mora com a mãe mas vira e mexe está com as irmãs e toda sexta feira vai para a casa do pai e fica até segunda feira de noite. Mas apesar de tudo se dá muito bem com as irmãs e a madrasta. Conhece-a?
 -- N-Não. E uma pergunta, mamãe conhece a Srª Kitching?
 -- De passagem, por quê?
 -- Me falaram hoje na escola que mamãe havia contado da minha tentativa de suicidio pra filha dela.
 -- Não. Contaram-te errado então. Sua mãe mal conhece a Srª Kitching, mas provavelmente contou para a pscióloga, que é ex-esposa do Sr.Glaustburry.
 -- Ah ta, entendi. Muito obrigado Maria.
              Continuei minha refeição em silêncio apenas me perguntando um possível motivo de porquê Audrey mentiu sobre como sabia quem eu era. Sommer com certeza lhe disse algo, mas não a ponto de ela saber tudo o que ela sabia. Eu teria de perguntar durante o jantar. Tenho quase certeza que aquela filha-da-mãe linda vai vir no jantar. Ela sempre veio nos jantares. Não faltaria naquele jantar especifico mesmo que soubesse que eu estaria lá sabendo quem era ela.
              Respirei fundo e entrei no banho, saindo quinze minutos mais tarde eu estava enrolado na toalha quando Stella empurrou a porta do meu quarto, com suas maria chiquinhas saltitando em sua cabeça e seu vestido vermelho de mangas curtas bufantes e gritando com sua voz feliz e estridente, praticamente uma gralha de voz mais suave, fazendo-me dar um salto que quase soltou minha toalha da cintura. E então ouvi uma voz conhecida...
 -- Stella! Volta aqui! -- a voz gritava enquanto se aproximava do quarto
 -- Jake! -- a garotinha de cabelos negros e vestidinho vermelho entrou correndo até mim e quase puxando minha toalha para baixo
 -- Stella! -- exclamei assustado, segurando a toalha para não passar pela cena embaraçosa de ter de ficar só de boxer na frente de duas garotas
 -- Jake! -- Audrey exclamou corada, logo ao ver que era o meu quarto e que aparentemente a unica coisa que eu tinha envolta em mim era minha toalha -- Stella vem cá. Agora!
 -- Ah, oi Audrey -- respondi corado, ao vê-la encarando o chão -- Stella tem como você descer com a sua irmã só um pouquinho enquanto eu termino de me arrumar? Eu já desço.
 -- Promete Jake?
 -- Prometo sim -- sorri simpático e Audrey ainda estava parada na porta, do outro lado do quarto, encarando o chão, quando a menor saiu -- Audrey, posso falar com você?
 -- Hã? -- ela perguntou assustada e logo me encarou pela primeira vez -- S-sim. Estou esperando aqui no corredor.
 -- Não precisa, eu me troco aqui no banheiro. Me espera aqui. -- pedi meigo e ela corou
 -- Tudo bem.
              Ela estava completamente sem-graça de estar lá e eu notei isto claramente em seu rosto completamente corado. Caminhou em direção a minha cama e sentou-se na beirada da mesma, apenas analisando meu quarto com seus olhos puramente negros, ajeitando o vestido roxo escuro. Sorri e a olhei pela fresta da porta enquanto vestia minha calça e meus adoráveis tênis Nike favoritos. Coloquei a camisa sem abotoá-la e sai do cômodo, encontrando-a com uma expressão que misturava confusão e curiosidade.
 -- Diga o que precisava falar comigo. -- ela sorriu meiga,me fazendo derreter internamente
 -- Er... Então, eu queria saber, por que você disse que foi a Sommer que te contou quem eu era? Que eu sei, foi a sua mãe que te contou.
 -- Como sabe?
 -- Tenho minhas fontes. Agora vai me contar por quê?
 -- Perguntei para minha mãe de todos os alunos que estudavam lá antes do meu primeiro dia e ela mencionou você. Me contou sobre todos os alunos que as mães tinham consultas com a minha, todas socialites ou com sérios problemas pessoais, então me interessei em você esse seu jeito meio problemático o torna interessante...
 -- O quanto me acha interessante? -- sentei ao seu lado, bem próximo a ela, encarando-a corado, fitando seus lábios de instantes em instantes
 -- E você? Por que foi atrás de saber se eu estava mentindo?
 -- Te acho interessante. Mais do que eu deveria até...
 -- E isso nos leva a que ponto?
 -- Acho que eu sei qual
rovavelmente essa foi a ultima coisa que eu murmurei ou que ouvi ser pronunciada naquela conversa e coloquei minha mão em sua cintura, enquanto as delas foram para minha nuca, logo nos colocando a uma distância perigosa. Trocamos um longo selinho e logo senti sua lingua brincando com meus piercings, assim, dei passagem para que nossas línguas se encontrassem, movendo-se em um ritmo quase como se tivessemos ensaiado antes. Comecei a sentir o coração falhar em algumas batidas e por um instante comecei a me perguntar o que estava acontencendo comigo, afinal, esse foi o único beijo de toda minha vida de "conquistador", como Stella me chamava, em que senti todo esse misto de sentimentos.
 -- Uau --  ela murmurou próximo aos meus lábios quando nos separamos, na primeira vez que o ar nos faltou
 -- Q-queria repetir isso mais vezes -- er... eu realmente disse isso? É, eu disse. Infelizmente.
 -- Jake e-eu... -- ela foi tentar falar e lhe dei um selinho
 -- Se eu pudesse passaria a noite toda aqui com você
 -- Nós não podemos...
 -- Sei disso -- concordei cabisbaixo e ela me deu um selinho
 -- Vamos juntos pra baixo. Eu te ajudo a encarar nossos pais
 -- Obrigado. -- dei um meio sorriso torto e lhe selei os lábios, mais longamente desta vez, e olhei para baixo, vendo minha gravata pendurada em meu pescoço e minha camisa aberta -- Er... agora eu acho que preciso terminar de me arrumar...
 -- Eu te ajudo, vem...
              Ela sorriu abertamente e me puxou para mais próximo de si. Enquanto eu fechava os últimos botões, ela fechava os primeiros e me ajudava com minha gravata. Em menos de quinze minutos já estávamos prontos e eu a esperava na porta, trancada, do meu quarto enquanto ela retocava o batom levemente borrado por nosso beijo, minutos antes. Coisinhas de menina que eu nunca consegui exatamente entender de onde surgem...
              Audrey saiu do banheiro sorrindo, logo me abraçando e depositanto uma pequena marca em meu pescoço, onde a gola da camisa cobria, não deixando margem para que vissem. E claro que eu não queria que vissem, porque dificilmente alguém pararia para olhar aquele exato lugar, e se olhasse saberia que eu pertencia à ela e a ninguém mais.
              Descemos as escadas de mãos dadas e logo Stella veio correndo para nós. Saltitante com suas maria-chiquinhas e seu ursinho, perguntando por que demoramos tanto e por que de estarmos de mãos dadas. Para uma criança de 12 anos ela faz muitas perguntas e exige respostas muito detalhadas. Audrey apenas disse para a irmã que é porque estávamos conversando e que estávamos de mãos dadas porque como somos amigos, gostamos de estar próximos. Foi difícil convencê-la disto, mas a duras penas e a muita lábia de Audrey, foi possível, mesmo que a mais velha, Cassandra, não tenha engolido essa.
 -- Então, o que está rolando entre você e a minha irmã Jake? -- perguntou Cassandra com um sorriso maroto no rosto quando Audrey foi ajudar sua madrasta
 -- Nada. -- rebati rapidamente, assustado com a pergunta tão direta
 -- Sei. Vocês se conhecem há uma semana e já passaram quase meia hora trancados no seu quarto. Honestamente, o que vocês estavam fazendo lá?
-- Nada de mais, apenas conversando
 -- Não foi só isso Jake Von DeBurry e sei perfeitamente disso. Lembra, nós nos conhecemos desde que você mal sabia andar. Eu conheço suas reações melhor do que ninguém. -- infelizmente ela estava certa, as únicas pessoas que me conheciam melhor que ela eram Maria e John
 -- Eu perguntei pra ela sobre o porquê de ela ter dito que foi a melhor amiga que falou sobre mim pra ela e ela me contou que não queria parecer uma maluca por perguntar pra mãe quem eu era.
 -- E você sabe porque minha irmã queria saber quem você era não é Jake? -- Cassandra me encarou com a sobrancelha erguida, aquela expressão de inquérito que somente ela sabe fazer -- Se você disser que não sabe você é idiota.
 -- Confesso, não sei -- me dei por derrotado, eu não sabia mesmo -- Sou idiota Cassandra.
 -- Aff Jake. Você não pensa as vezes, mas enfim... A minha irmã queria saber sobre você porque quando a Sommer contou quem estaria na turma de vocês, contou alguns detalhes a mais e você já tem meio fama de problemático então ela foi perguntar pra mãe e a mãe dela contou tudo. E na real a Audrey ta realmente interessada porque ela tem uma mentalidade de querer ajudar mentes perturbadas a se recuperarem.
 -- Então na sua teoria, eu desperto o interesse dela por ter uma mente problemática?
 -- Sim. Mas não sei. Talvez essa sua mente possa aproximar bastante vocês dois e quem sabe eu não ganho um cunhado -- a mais velha riu maliciosamente e no instante em que Jake foi abrir a boca para falar algo a garota  o cortou -- Que bom que está aqui maninha! Estávamos justamente falando de você.
 -- Hm...-- Audrey disse corada ao ver que eu pretendia me esconder -- Er... Jake, sua mãe disse que era pra nós dois irmos checar os instrumentos lá em baixo.
 -- Er... -- coçei a nuca ansioso, talvez ficar perto dela estivesse me fazendo mal... -- Vamos!
 -- Vem
              Ela me estendeu a mão então a segurei e descemos de mãos dadas até o porão, que usávamos para guardar alguns instrumentos musicais e mais algumas quinquilharias que tinhamos lá em casa. De certo modo aquela situação me era estranha, afinal, minha mãe nunca me mandaria com uma garota para um "salão" onde haviam diversos instrumentos, uma luz rala, um enorme sofá e um tapete felpudo, ótimo para qualquer perversão minha. E minha mãe é idiota mas nem tanto, ela sabe da minha fama e já deve muito bem ter notado que desde que saímos do meu quarto, eu não desprego os olhos de Audrey por um instante.